Meu nome é Renan, tenho 20 anos, e já estou há 15 dias livre desse pozinho branco que vicia e te dá um barato. Sim, obviamente que eu estou falando do açúcar, claro!

Pozinho do barato (isso é açúcar de confeiteiro, só pra constar)

Para quem não acompanhou, expliquei neste post que iria me submeter a um “outubro sem açúcar”. Como o nome sugere, a ideia constava em cortar da dieta o açúcar puro ou industrializado, e relatar aqui no Deviante os resultados da experiência.

Eu poderia primeiramente dar um panorama geral sobre o nosso querido carboidrato, mas o pessoal do Scicast me poupou o trabalho (hahaha). Justamente na semana em que dei início ao experimento, eles soltaram um podcast INTEIRO apenas sobre o nutriente (baixe aqui). São simplesmente duas horas de papo onde é esmiuçado tudo sobre açúcar: contexto histórico, importância para a formação da sociedade, benefícios, malefícios se consumido em excesso, etc etc. Recomendo fortemente que você baixe para ficar a par de tudo sobre. Por aqui mesmo vamos focar mais na experiência pessoal.

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O que eu fiz?

Como explicado na publicação do início do mês, sempre fui acostumado com o consumo exagerado do açúcar, nas suas mais variadas formas. Desde acrescentar “algumas colherinhas” a mais do refinado nos sucos, até afogar as mágoas nos biscoitos recheados e refrigerantes. Apesar disso, talvez por causa do meu metabolismo ou talvez por ser uma pessoa que se exercita bastante (muito provavelmente as duas coisas), nunca tive maiores problemas relacionados, como ficar acima do peso. Mas nunca é tarde para se tornar mais saudável, não é mesmo?

Mesmo com a saúde aparentemente tranquila resolvi que era hora de descobrir quais mudanças a falta do carboidrato iria ocasionar no organismo. O primeiro passo foi parar de comprar os açúcares industrializados. De uma hora para a outra, dei adeus aos refrigerantes, chocolates e aos meus preciosos biscoitos recheados. O primeiro ponto positivo se deu no bolso. Não tem estímulo melhor.

Quanto aos alimentos em que eu enchia a mão de açúcar refinado (leia-se cafés, sucos e achocolatados), substituí o mesmo pelo adoçante. Tudo bem que o gosto ficou horrível, mas é o preço a se pagar. Para compensar a enorme quantidade de energia que não estava mais disponível, abusei dos açúcares naturais. O leite e as frutas (principalmente banana, mamão e melancia) foram fundamentais para não deixar a peteca cair. Outro fator que também mostrou-se bem importante foi o aumento do consumo de outros carboidratos, principalmente batata-doce, pães e mel (que eu passei a comer junto com bolachas água e sal, no lugar dos biscoitos. O resto da alimentação permaneceu inalterado, procurei equilibrar as refeições de maneira a sentir o mínimo possível a mudança abrupta, além de comer nos horários adequados.

A frutose (açúcar das frutas) se mostrou essencial no fornecimento de energia

Os resultados

Como você deve estar imaginando, os primeiros dias foram deprimentes. Não fisicamente, como eu pensei num primeiro momento, mas emocionalmente. Cortar o açúcar (pelo menos no meu caso) não apresenta nenhuma dificuldade no âmbito físico, como seria cortar proteína, por exemplo. O negócio está na cabeça. Todos os psicólogos são unânimes em afirmar que a melhor maneira para se superar um vício é ir parando gradualmente, aos poucos. Parando repentinamente como fiz, tive que ter muita disciplina para não cair em tentação, depois de 20 anos inundando o organismo disso. Ainda mais pelo fato de que, como disse ali em cima, EU parei de comprar açúcar industrializado. Minha família não. Tive de passar por situações não muito boas, como abrir a geladeira e dar de cara com chocolate, sem poder fazer nada. Ou recusar biscoito que sua mãe ofereceu e ainda ter que aguentar o olhar dela de “abduziram o meu filho e trocaram por um clone”. Ou recusar o refrigerante quase sagrado da rapazeada do futebol. É, já deu pra entender.

O lado bom disso é que, assim como desilusão amorosa, tudo se resolve com o tempo. Cada dia foi um pouco mais fácil de aguentar e disciplinar do que o anterior. De vez em quando ainda bate forte a vontade de se jogar num cupcake, mas hoje posso me orgulhar em dizer que já prefiro naturalmente o suco ao refri, mesmo com adoçante. Nunca levei muita fé quando ouvia alguém dizer algo como “é difícil só no início, depois acostuma”, mas ao sentir na pele posso dizer com propriedade: é verdade. Uma boa saúde vem como consequência. E de quebra ainda consegui reduzir um pouco minha massa. Levando em conta que tenho 1,91 de altura, no primeiro dia da experiência eu estava com 90.40 kg. Hoje estou com 89.15 kg. Emagrecer não fazia parte do pacote, mas vem como bônus (XD).

Final do mês estou de volta para dar aquela atualizada e a conclusão que tirei da experiência. Será que até lá estarei ainda mais forte na missão? Ou cairei perante o monstro do caramelo? Fique ligado no próximo capítulo. Caso você queira saber algo em específico, trocar experiências ou só bater papo mesmo, basta comentar aí embaixo ou me procurar nas redes sociais. Um abraço, até a próxima ;)