Mesmo em vantagem numérica, os três guardas não conseguiam derrubar nenhum dos inimigos, assim serviam como contenção evitando que aqueles dois ajudassem os outros. Cada vez que um avançava contra os inimigos, seu movimento era impedido e o outro inimigo não conseguia desferir um golpe mortal porque a dupla cobertura era muito eficiente. A luta era desleal, mas era bonita de ser vista se alguém estivesse assistindo. Mitchel conseguira uma boa vantagem forçando o inimigo a se afastar do grupo. Seus movimentos eram precisos chegando a assustar bastante seu adversário. Já Alerin parecia em maus lençóis, seus golpes eram fortes, mas não encontraram o encapuzado que desviava facilmente, e ainda fazia um grande esforço para evitar e defender os contra golpes dele. Já Daniel terminara sua transformação, tornara-se um jovem urso pardo de quase dois metros e meio. Sua transformação junto com a afinidade a magia lhe garantiam alguma proteção contra o outro ex-mago vermelho.

– Interessante transformação de druida. Foi banido por isso? Gostaria de saber como foi sua fuga, os magos vermelhos são bem persistentes – disse o corrompido.

Seus olhos brilharam rapidamente e quatro copias do mago apareceram na frente do urso. O grande urso urrou, partiu na direção do alvo mais a direita, a expressão de susto do mago rapidamente entregou que a opção de Daniel estava correta, mas o treinamento na torre salvou a vida do mago: um belo rolamento para escapar do ataque do urso foi vital para sair com vida. No entanto, o alvo não saiu ileso: um belo rasgo fora feito em suas costas, o mago sentiu o sangue descendo por suas costas junto com uma dor terrível.

– Vejamos se gosta disso. Que tal dividirmos? – disse o inimigo rangendo os dentes de dor.

Quando o urso correu na direção dele, o mago falou algumas palavras levantou o braço com a palma da mão aberta para Daniel, quando seus olhos piscaram, o jovem mago na forma de urso sentiu suas costas arderam como se algo tivesse retalhado elas.

– E então meu jovem? Deveríamos dividir isso, mas meus amigos aperfeiçoaram essa magia, a dor é só sua agora – disse o mago rindo.

– Magia de manipulação… Que Droga! – Daniel olhou para o mago e viu que o sangue continuava a jorrar.

– Ele viu uma pequena corda mistica que saia da mão do mago até encontrar suas costas.

– Interessante… Ainda existe uma forma de parar a dor – falou mais algumas palavras magicas.

O urso berrou, então de sua boca saia espuma, seus olhos pareciam enlouquecidos, foi um ataque fulminante. Enquanto isso Alerin continuava sofrendo contra o encapuzado. O anão se esforçava, o ódio dominava seu coração, mas ele não alcançava o inimigo, além de gastar muita energia para se defender dos contra golpes, o anão já sentia um pouco de cansaço enquanto que o encapuzado se mantinha firme.

– Bem, vejo que os BlakHammers não são tão bons lutadores. Vejo que matarei mais um, pelo que sei, o último deles – rindo partiu para o ataque.

Seus golpes eram rápidos e precisos, Alerin conseguia desviar e defender com muito custo os ataques do adversário, mas uma abertura apareceu, pois o encapuzado aplicou com muita força esses últimos golpes. Alerin bloqueou com o martelo e acertou o joelho do adversário com o cabo, a dor foi grande fazendo o inimigo recuar. Alerin preparou um golpe final, mas foi surpreendido com um belo corte na coxa direita, foi um ataque preciso. Rindo, o inimigo se levantara batendo com o punho fechado no joelho acertado por Alerin.

– Não imaginei que cairia num truque tão velho, garoto – disse o encapuzado.

– Chegou sua hora, não vai mais escapar com esse corte, é pequeno, mas suficiente, junte-se ao seu irmão no inferno dos anões – disse isso correndo na direção de Alerin que acabara de colocar seu anel mágico no dedo.

Mitchel continuava lutando com o antigo membro do grupo das serpentes que agora tinha quatro cortes pelo corpo.

– Tenho que admitir, não esperava por isso. Você é quase tão rápido quanto Etros, mas darei um ultimo presente a ele, morrerei, mas tu sairás mancando daqui, velho – disse o rapaz.

– Sinto muito, mas nem… – enquanto falava isso um grande urso berrava partindo em fúria contra o outro corrompido.

Mitchel ainda viu um forte golpe de martelo acertar a clavícula do encapuzado alguns metros a sua frente quebrando vários ossos seguido de um grito de dor compatível.

– Impossível! Etros! – gritou o rapaz.

Mitchel não perdeu a oportunidade, quando ele corria, outro grito vinha da disputa dos outros rapazes. O encapuzado gemia de dor, sua clavícula estava quebrada, seu braço direito não respondia mais, alcançou sua espada e seguro na outra mão, a dor era terrível. Ele via um anão com olhos brancos e cabelos grisalhos, sua pele ficara corada, estava fora de si. O anão correu na direção dele balançou a arma. Ele sabia que seu fim chegara, mas não sabia o porquê.

– Que maldito truque é esse, seu desgraçado – o golpe circular veio da direta para esquerda, ele escapou por pouco.

O anão encaixou um novo golpe de cima para baixo. O encapuzado pulou para a direita e quase caíra por causa disso. O choque com o chão produziu faíscas que fez pequenas rachaduras na estrada.

– É minha chance! – correu com alguma dificuldade por causa da dor alucinante.

Quando preparou o golpe já era tarde, o anão desistira do martelo e agarrara o punho direito do homem, a força era tamanha que fez o encapuzado experimentar a lamina do irmão do anão, a espada não demorou para atravessar o pescoço do inimigo. Mitchel vira as lutas e caminhava na direção de Daniel que acabara de voltar a forma humana, estava muito tonto no momento que o outro sócio chegou a ele.

– Nossa você realmente acabou com esse aqui, nunca vi um animal tão enfurecido – disse o ladino.

Aquilo mexeu com Mitchel, vira o urso jogar seu peso contra o adversário cravando as garras nas costas e aplicando uma mordida fatal na jugular do inimigo.

– Depois te explico. Como estão os outros? – peguntou.

– O anão está estranho, matou o encapuzado, mas continua encarando a carcaça. Larliel está em pé um pouco confusa, os outros conseguiram derrubar o restante, mas um dos garotos está muito mal. Vou ver eles, fale com seu amigo anão – correu na direção dos outros deixando o mago que ainda se recuperava.

Daniel se erguera de alguma forma, viu o corpo do anão voltando ao normal, seus olhos sem vida retornavam as cores castanhas, tentou tocar no ombro do amigo que repeliu o gesto.

– Vinguei meus irmãos, descansem em paz – a voz soara monstruosa.

– O que você fez a si? – perguntou Daniel.

– O necessário – a voz de Alerin retornara ao normal.

Daniel não viu o anel, deixara o anão sentando em um pedra enquanto foi ver a situação do restante do grupo. Larliel tinha se juntado a Mitchel, eles tentavam confortar a situação de Alessandro. O jovem estava branco, pois perderá muito sangue em poucos minutos deixaria o mundo dos mortais.