Quem foi o primeiro a imaginar invisibilidade, viagem no tempo, antigravidade, bomba atômica e o laser? Todos estes elementos básicos da ficção científica foram produto da mesma mente brilhante: H. G. Wells.

Em 21 de setembro de 1866 (quase 150 anos atrás) nasce, em Londres, Herbert George Wells, o pai da ficção científica moderna. Júlio Verne (1828-1905) que me perdoe, mas ele está mais pra avô da ficção científica e a Mary Shelly (1797-1851) seria a bisavó. H. G. Wells segue uma linha de ficção científica menos preocupada com a exatidão científica mas voltada para o enredo humano chamada soft science fiction.

 H. G. Wells viajando do tempo

A Máquina do Tempo: Acima o filme de 2002 e abaixo do de 1960.

A Máquina do Tempo: Acima o filme de 2002 e abaixo do de 1960. ( H. G. Wells )

 Sua primeira obra foi exatamente aquela que inaugurou outro sub-gênero instigante e muito popular hoje em dia: a distopia.  O livro se chamava a Máquina do Tempo (1895). Não foi a primeira história de viagem no tempo mas foi a primeira feita por uma máquina. O ícone da máquina do tempo vai permear a ficção científica anos mais tarde em várias obras como o Túnel do Tempo (1960), O Exterminador do Futuro (1984), De Volta para o Futuro (1985) e  Star Trek: O Primeiro Contato (1996). Mas a viagem no tempo é só uma desculpa para Wells discutir as diferenças de classes sociais da Inglaterra da Revolução Industrial. Essa classes são separadas ao extremo da metáfora ficcional de duas raças provenientes do Homo Sapiens.  Uma curiosidade: o filme mais recente A Máquina do Tempo (2002) foi dirigido por Simon Wells, bisneto de autor vitoriano.

 H. G. Wells crítica à natureza humana

Acima O Homem Invisível: a esquerda o filme de 2000 e a direita o filme de 1933. Abaixo: A Ilha do Dr. Moreau: esquerda filme de 1996 e a direita o filme de 1977.

Acima O Homem Invisível: a esquerda o filme de 2000 e a direita o filme de 1933.
Abaixo: A Ilha do Dr. Moreau: esquerda filme de 1996 e a direita o filme de 1977.

Obras incríveis como a Ilha do Doutor Moreau (1896) e o Homem Invisível (1897) também merecem a nossa atenção onde a natureza humana mais vil é exposta de forma fantástica. Leia os livros no original, vai ser desafiante.

 H. G. Wells alarmando: Os marcianos estão chegando!

Acima: Cartas do filme de 1953, cartaz e cena do filme de 2005. Abaixo:a direita ilustrações do livro e a esquerda cenas do filme de 1953.

Em 1898, Wells descreve a sua Guerra dos Mundos onde os invasores marcianos bem poderiam ser europeus colonizadores. O final é marcante e inesperado, mas totalmente válido do ponto de vista científico. Em 1938 uma adaptação para o rádio feita por Orson Welles criou pânico e quase um milhão de pessoas julgaram ser real a história dos invasores marcianos. Em 1953 a primeira versão cinematográfica foi uma versão atualizado do texto original. Recentemente, em 2005, Steve Spilberg refez o filme com o ator Tom Cruise no papel principal.

Os homens na Lua de H. G. Wells

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Acima: a nave Esfera de Cavor (esquerda) e a capa do livro (direita). Abaixo: cartaz (esquerda) e cena (direita) do filme de 1964.

Outra obra extremamente marcante: Os Primeiros Homens na Lua (1901). Nesta obra, H. G. Wells inventa um substância antigravitacional chamada carvorita que leva sua nave e seus astronautas à superfície da Lua. Esses astronautas vão encontrar uma sociedade de insetos extremamente organizada. A  crítica da civilização humana fica patente.

Wells faleceu em 13 de agosto de 1946, algo em torno de 70 anos atrás, um pouco depois do fim da Segunda Grande Guerra, onde o poder aéreo e a bomba atômica, previstos pelo autor, foram fundamentais.


Se você quer ouvir uma boa discussão sobre o assunto não pode perder este Scicast 85.

Se quiser ver o filme a Máquina do Tempo (1960) e participar de um excelente debate sobre o tema venha ao Cineclube SciFi: Máquina do Tempo em 24 de setembro de 2016 no Planetário do Rio.  É gratuito.