Essa resenha é uma parceria do Portal Deviante com a Cia da Letras, que disponibiliza livros do seu catálogo para os nossos redatores escreverem as resenhas. O livro de hoje é “O perigo de uma história única”.

Se eu falar pra você que moro no interior do Ceará, em uma cidade de um pouco mais que 30.000 habitantes, o que vêm de imediato em sua cabeça? Em “O perigo de uma história única”, Chimamanda relata como tem um aspecto falho o que criamos em nossa mente com base no que consumimos, seja filmes, livros ou outras mídias.

Adaptado de sua primeira palestra no TED Talk com o mesmo título em 2009, 10 anos depois as falas ditas por Chimamanda Ngozi Adichie, o livro continua sendo atual e nos faz repensar muito de nosso preconceitos que nem sabemos que temos.

Sobre a Autora

Chimamanda Ngozi Adichie, Nigeriana da cidade de Enugu, atualmente com 42 anos. Entre suas obras estão Hibisco Roxo, seu primeiro romance no ano de 2003, Meio Sol Amarelo de 2006,  entre outras obras possui os ensaios: “Como criar crianças feministas” (2011) e “Devemos todos ser Feministas” (2017). Suas conferências no TED somam mais de 20 milhões de visualizações. 

Conheci a obra de Chimamanda quando passeava pelo site do TED vendo algumas apresentações (não lembro o que pesquisava na época), encontrei uma intitulada “Devemos todos ser Feministas”. Amor à primeira vista, logo fui consumir outras de suas obras como o livro No seu Pescoço (2017) uma série de contos que abordam de Masculinidade tóxica (tema comum em sua obra) até relações familiares. 

Vale destacar que em seus livros a autora sempre nos leva a uma cultura diferente (mais não tanto) da brasileira. Imaginar que pessoas como eu, que vivem no interior do Brasil, têm em comum com pessoas que vivem na Nigéria é fascinante. Algo que conversa diretamente com “O perigo de uma história única”. 

O que seria “História Única”?

Somos uma geração que consome bastante cultura pop, nunca foi tão fácil acessar séries, livros e filmes. São tantos produtos a cultura Americana repassados para nós sem que se quer percebamos, e de certa forma a visão que eles têm do mundo passa pra quem consome. O que causa um choque imenso quando vemos personagens brasileiros representados na mídia americana falando espanhol ou sendo craque em futebol.

Falar espanhol e jogar futebol é um exemplo para “História única” que Chimamanda aborda em seu livro. De acordo com a autora:

“A história única cria estereótipos, e o problema com os estereótipos não é que sejam mentira, mas que são incompletos. Eles fazem com que uma história se torne a única história.”

Não tem problema ser brasileiro gostar de futebol e falar espanhol, a questão é que deriva de um preconceito. Imagina países como o Japão ou o Egito, qual visão temos deles baseados apenas no que consumimos? Em “O perigo de uma História única” vamos desconstruir esses pensamentos. 

 

Pontos fortes: 

  • Escrita simples sendo de fácil acesso.

Pontos fracos:

  • Pouco número de páginas. 

Para quem gosta de:

  • Devemos todos ser feministas (2017), Chimamanda,
  • Fome (2017), Roxane Gay.

Tradução: Julia Romeo 

Editora: Companhia das Letras

Ano de Lançamento: 2019

Número de páginas: 64