O imaginário popular costuma colocar a Rússia (país sede) como um lugar muito frio. Nos livros de história, são famosas as fracassadas invasões napoleônica e nazista nas quais as baixíssimas temperaturas tiveram grande importância. No entanto, com o início dos jogos do campeonato mundial de seleções futebolísticas em 2018, é possível ver que não está tão frio assim.

As tropas de Napoleão Bonaparte invadiram Moscou em 1812, mas encontraram uma cidade abandonada e queimada. A tática de “terra arrasada” eliminou recursos para o exército francês se reabastecerem. Apesar de começarem a campanha no verão (junho), ela adentrou no inverno russo! Em novembro e dezembro, a temperatura facilmente ficava na casa dos -30ºC. Dos mais de 500 mil homens das tropas de Napoleão que haviam rumado para a Rússia apenas 120 mil retornaram.

Illarion Pryanishnikov – French retreat in 1812. Fonte: Wikimedia

Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler liderou a Alemanha para invadir a União Soviética (da qual a Rússia fazia parte na época) com a chamada “Operação Barbarossa”. Iniciada em junho de 1941, a Operação mobilizou cerca de 3,6 milhões de soldados. A pouca preparação dos soviéticos para a guerra permitiu que os alemães conquistassem rapidamente inúmeros territórios, como os países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Minsk (Bielorrússia), Leningrado (atual São Petersburgo) e Kiev (Ucrânia). No entanto, a poucos quilômetros de Moscou, a chegada do inverno determinou a estagnação dos alemães.

Wilhelm Gierse – Soldiers on guard in December 1941 to the west of Moscow. Fonte: Wikimedia

Não tendo obtido uma vitória rápida, a Alemanha carecia de recursos para prevalecer num conflito demorado. A Batalha de Stalingrado (atual Volgogrado, uma das cidade-sede da Copa) foi o ponto de virada da guerra na Frente Oriental, a partir de onde o Exército Vermelho empurraria as forças alemãs até Berlim. Também é considerada a maior e mais sangrenta batalha de toda a história, tendo causado a morte e ferimentos em cerca de dois milhões de soldados e civis.

Nas regiões próximas aos polos, a energia que vem do Sol deve se distribuir em uma área maior do que sobre o Equador. A superfície continuamente mais fria impede o ar de também se aquecer, gerando temperaturas baixas por meses seguidos. Conforme o movimento das massas de ar formadas nas regiões mais frias, essas temperaturas menores podem se distribuir em lugares mais ao sul. No entanto, isto é mais comum durante o outono e o inverno, com a ocorrência de frentes frias.

Em 2018, a invasão estrangeira acontece principalmente por torcedores, jornalistas, comissões técnicas e jogadores graças à Copa. Nesses meses, a Rússia está indo da primavera para o verão. Desse modo, a inclinação da Terra faz com que o hemisfério norte receba radiação solar de modo mais direto e por mais tempo. Com isso, é de se esperar temperaturas mínimas por volta de 13 a 15ºC e máximas que podem chegar a 30ºC.

Winter Palace (Zimny Dvorets), State Hermitage Museum, St. Petersburg. Fonte: e_chaya/flickr

Quase todas as cidades-sede encontram-se na região de Clima Continental Úmido. Ele é caracterizado por temperaturas médias inferiores a -3°C no mês mais frio e superior a 10°C no mês mais quente, com ausência de estação seca – a chuva é bem distribuída ao longo do ano. A exceção é a cidade mais ao sul: Sochi. Localizada às margens do Mar Negro, é um balneário de clima Sutropical Úmido, com temperaturas maiores e chuvas mais expressivas ao longo de todo o ano. (Fonte: Meteorópole)

Em cidades que estão mais ao norte, como São Petersburgo e Moscou, inclusive acontece o chamado “sol da meia noite” (ou também “Noite Branca”). Nele, o sol começa a descer às 10 da noite mas não se põe totalmente, de modo que o pôr do sol dura tempo suficiente até vir um novo amanhecer.