Hollywood não cansa de adaptar Stephen King para as telas do cinema. Depois do recente A Torre Negra, agora foi a vez de “It: A Coisa”, uma história com balões, palhaços, muito sangue e garotos em bicicletas.

Se o livro “It” inspirou uma porção de filmes dos anos 80 (Goonies, E.T., Conta Comigo,…), temos agora a série Stranger Things – que bebeu de todos esses filmes – servindo de inspiração para essa versão de It na telona. O filme se passa na década de 80 – enquanto o livro na de 50 – e retrata um grupo de garotos nerds da pacata cidade de Derry que vive sofrendo bullying pelos colegas ou abusos de familiares. O irmão de um deles está desaparecido e em pouco tempo eles se deparam com a entidade sobrenatural que parece estar caçando crianças para comer no café da manhã. Essa “Coisa” é um palhaço medonho com uma boca cheia de dentes do capiroto, cara de psicopata, olhos sanguinários e uma risada mais deturpada que a do Coringa. Se isso não te dá medo, parabéns viu.

Diferente do fiasco do recente A Torre Negra (veja a crítica aqui), “It: A Coisa” encanta pelos garotos e seus diálogos impagáveis enquanto nutre, num ritmo progressivo, a tensão intangível inspirada pelo palhaço zombeteiro. Algumas cenas, como a da pia do banheiro (me segurei para não dar spoilers, olha como sou lindo), são peças de pura cinematografia.

Claro que nem tudo são flores (ou balões). O enredo não se adensa tanto quanto o terror, faltam mais reviravoltas e descobertas para incrementar esses entraves com o sobrenatural. As poucas informações que os garotos conseguem extrair por vezes são meio forçadas, e fica a sensação de querer saber mais sobre a natureza desse palhaço diabólico. Talvez no próximo filme, pois o desfecho abre para uma futura continuação.

O jovem diretor Andy Muschietti, que foi revelado com o premiado curta Mamá em 2008 (e que virou longa metragem em 2013), acertou a mão novamente e está se tornando uma grata surpresa no cenário do cinema Terror. Vou ficar atento para seus próximos trabalhos.

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