É aquilo né? Se você não conhece alguma coisa, você não entende a importância que aquilo tem. Então, para quê preservar?

A ideia é essa, só que ao contrário. Minha trilha hoje é levar vocês a pensar sobre a preservação das unidades de conservação por um caminho bem legal, andando no meio do mato.

A primeira coisa é, unidade de conservação: O que é? Onde vive? Do que se alimenta?

Para o Ministério do Meio Ambiente:

As unidades de conservação são áreas do território, incluindo seus recursos naturais, com características naturais relevantes e tem a função de garantir a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas nacionais e das águas jurisdicionais, preservando patrimônio biológico existente.

Essas áreas são legalmente criadas pelos governos federal, estaduais e municipais, após a realização de estudos técnicos dos espaços propostos e, quando necessário, consulta à população.

No Brasil, a lei que regulamenta as unidades de conservação é a Lei Federal nº 9.985/2000 que institui o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Para o SNUC podem existir 12 tipos de unidade de conservação. Os tipos variam quanto à forma de proteção e ao tipo de uso que pode ser feito na área. Para o enquadramento, é pensado na fragilidade da área, na importância para a conservação, nas possibilidades de uso sustentável que a terra pode ter, entre outros.

Vou te dar um bom exemplo de unidade de conservação: um Parque! Seja municipal, estadual ou federal.

Mas essas áreas que falei, as unidades de conservação são criadas e protegidas por lei específicas. Cada unidade de conservação tem seu plano de manejo que vai determinar o que pode ou não ser feito nos seus limites.

As de uso menos restritivo são as de uso sustentável que permitem algum tipo de intervenção humana nos seus limites. Esses usos serão determinados pelo plano de manejo da unidade.

É esse grupo que é de nosso interesse hoje.

O título do texto já dá a dica, né? Conhecer para preservar. Tá, mas essas áreas já estão preservadas por lei… Deixa elas, né?

Então, ledo engano, jovem. Algumas unidades de conservação estão em áreas de conflito de interesse. Seja por parte da especulação imobiliária, interesse de mineradoras, de indústrias ou de outros grupos que possam explorar economicamente aquele limite.

Quando conhecemos o lugar e sabemos de sua importância, nós conseguimos nos organizar enquanto sociedade e demonstrar nosso interesse pela preservação.

Mas, tia, como a gente faz isso?!

Aí vem a parte 2! O principal caminho é a educação ambiental.

Para a Política Nacional de Educação Ambiental:

“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.”

A educação ambiental é então a conscientização do sujeito da sua relação com o meio ambiente que está a sua volta, de modo a interpretar, entender e executar as maneiras possíveis para a sua preservação.

A educação ambiental pode se dar de várias maneiras. As relacionadas ao ensino formal e convencional, em sala de aula por exemplo. Mas também pode acontecer em ambientes não formais, como museus EEEEE unidades de conservação!

No caso das unidades, o meio mais comum disso acontecer é através de trilhas, onde, bom, percorremos um caminho que vai nos levar de um lugar ao outro. Acho que isso é uma boa definição de trilhas. Mas, a não ser que essa trilha passe por lugares de bela paisagens, pura contemplação, andar por andar é meio ruim né?

As trilhas interpretativas são um instrumento da educação ambiental que resolvem esse problema. São caminhos que foram pensados tanto em trajetos quanto em pontos de paradas e eventuais intervenções.

Segue o pensamento da tia.

Esse tipo de trilha tem o objetivo de conectar o visitante com o lugar, criando uma maior compreensão dos recursos naturais ali encontrados. A ideia é que a trilha conte uma história, tenha um tema.

Vamos imaginar que o tema da trilha seja recursos hídricos… Então, vamos começar a trilha na nascente do rio. Se tiver um guia, aqui o guia explica sobre o que é a nascente, a importância da preservação das nascentes, de onde vem aquela água que brota ali e outras coisas. Se não tiver um guia, podemos usar placas.

A trilha segue acompanhando o rio e encontra uma cachoeira. Esse pode ser um ponto para explicar por quê as cachoeiras existem… ou também um ponto para fazer o lanche e dar uma nadadinha, por quê somos filhos de Deus (ou não).

O fim da trilha pode ser, por exemplo, a confluência do rio com um rio de porte maior… enfim! Acho que vocês já entenderam qual a ideia das trilhas interpretativas.

Desse modo é bem mais fácil para o sujeito conhecer o meio ambiente e, não só isso, entender qual a importância da sua preservação. Tá, vou preservar? Mas por quê?

Gente questionadora precisa entender o por quê e aprender sobre a natureza estando na natureza é muito mais gostoso e fácil.

Procure o parque ou a unidade de conservação perto de onde você mora e vá até lá! Conheça essas áreas que tem uma importância enorme para nosso desenvolvimento sustentável. Seja de bike ou a pé. Vá, dedique esse tempo à você, aos seus amigos, à sua família e à natureza também.