É um pouco ridículo pensar o alcance que você tem hoje com a internet. Esse sentimento cresce mais ainda de acordo com a sua idade. Há 20, 30 anos, o trabalhão que você tinha que ter pra falar com alguém que estava do outro lado da cidade já era complicado… Só existia o telefone fixo (se você tivesse um), aí você teria que estar em casa pra conseguir conversar com a pessoa. Se fosse em outra cidade ou estado, era melhor escrever num pedaço de papel e esperar que chegasse lá uns dias depois.

E, aí, em menos tempo do que muitos imaginavam, eu posso, com o clicar de um botão, conversar ao vivo, com uma qualidade absurda de vídeo e áudio, com alguém que esteja comendo um sushi em Tóquio. Pegue uma máquina do tempo e diga isso aos humanos dos anos 80 e vão achar que você está querendo promover seu novo livro de ficção científica.

Fonte: De Volta pro Futuro 2

Fonte: De Volta pro Futuro 2

Mas, por mais que isso seja maravilhoso, muitas pessoas não têm noção do poder de conexão que elas têm no pedaço de plástico que carregam no bolso. Uma mensagem que você digita em 10 segundos pode atingir uma pessoa do outro lado do mundo em menos tempo do seu arrependimento pra isso.

A inspiração desse texto, na verdade, foi quando eu me choquei com essa ideia há alguns dias, mesmo sabendo muito bem o poder da internet. Em um momento de ócio durante uma viagem de ônibus que não terminava nunca, eu fiz um tweet falando sobre uma música que tinha ouvido no rádio. Três dias depois, de uma forma completamente estranha, o post tinha mais de 2000 retweets e mais de 7000 curtidas.

Do nada, várias pessoas com muitos seguidores tinham começado a rir da piada, enquanto outras pessoas marcavam seus amigos. Algumas falavam como amavam a citação feita e que era assim mesmo, enquanto outras problematizavam a “baixaria que o sertanejo tinha se tornado”.

O mais legal é que eu sempre usei redes sociais e internet como um todo e o poder da viralização de um tweet pra mim nunca foi uma surpresa, mas como foi estranho ver isso acontecer ao vivo. E ainda foi bem pouco, afinal, não é a toa ver posts com mais de milhões de curtidas ou compartilhamentos, em qualquer rede.

Existiu um momento na internet, lá quando ela estava começando, quando nós, meros mortais, eramos apenas consumidores de conteúdo. Algumas grandes empresas (ou nerds muito empenhados) tinham sites estranhos, onde você podia ler uma coisa ou outra. Agora, as coisas mudaram, e nem é porque sites como o Deviante existem e eu posso estar escrevendo um texto que você possa ler facilmente, mas é que as redes sociais nos colocam, todos os dias, em um papel diferente: como criadores de conteúdo.

Pense no lugar mais movimentado que você conhece, como uma avenida cheia em São Paulo, a Times Square ou um lugar em um centro comercial chinês. Se você subir num palanque e começar a gritar qualquer coisa, muita gente vai te ouvir e algumas podem até prestar atenção.

Fonte: GIPHY

Fonte: GIPHY

Mas você, no conforto da sua casa, pode fazer algo muito mais forte. Qualquer tweet ou post que você faça de forma pública na internet não só pode atingir pessoas no mundo todo em um piscar de olhos, mas tem registrado o seu nome como autor. Mesmo que você apague depois, basta uma captura de tela pra manter acesa a chama do que você falou.

Por isso é que não é tão incomum assim ver notícias sobre alguém que perdeu o emprego por causa de um post no Facebook (ou ainda um presidente que insiste em passar vergonha no Twitter). É tão simples postar algo numa rede social que a gente não pensa no alcance que aquilo pode ter e na responsabilidade que você tem ao colocar qualquer coisa ali.

Comigo, foi só uma piadinha com uma música, tudo bem, foi divertido. Mas com coisas mais sérias, profissionais ou mesmo pessoais, a internet pode te surpreender. Afinal, nunca se sabe quando uma coisa vai viralizar, tanto pro bem, quanto pro mal…