Ah, museus de ciências (olhinhos brilhando). Quando vou a um lugar novo, um dos lugares que procuro visitar é o museu de ciências local. Ou mesmo quando já conheço, gosto de revisitar de tempos em tempos. Sempre me deparo com novos tipos de displays, novas maneiras de ensinar ciência de forma divertida, a melhor forma.

Desta vez visitei o “National Museum of Emerging Science and Inovation” -Museu Nacional de Ciência e Inovação Emergentes -, em Tóquio, também chamado de Miraikan. (Mirai = Futuro, Kan = estabelecimento público).

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É aquele lugar onde tem a bola com raios

O hall de entrada já é envolvente. Flutuando sob o domo, há um globo composto por 10362 painéis de LED (96mm cada), mostrando o planeta Terra girando lentamente.

A intervalos de 5 a 15 minutos, o globo realiza uma apresentação temática, como por exemplo, a migração do ser humano desde o surgimento da espécie. Além de ter música ambiente e espreguiçadeiras, para você embarcar de vez.

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Geo cosmos

As seções contam com muitos displays interativos, sobre os mais diversos temas, e voluntários estão à disposição para responder quaisquer dúvidas. (Havia inclusive um voluntário americano, um alívio para quem não consegue entender o “ingurishu”).

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Uoooou

Um dos salões é dedicado a uma mostra temporária, além de abrigar convenções. O museu também possui um planetário, com apresentações em 3D.

Além disso, é possível encontrar visitantes passeando nessas cadeiras:

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Visitantes espertinhos

Mas o motivo pelo qual resolvi escrever sobre este museu nao é apenas a qualidade de sua produção. O que me chamou a atenção é que não são apenas displays sobre temas “comuns” como as diferenças entre os planetas do sistema solar, ou as forças da fisica mecânica, que costumam ser abundantes na maioria dos museus de ciências que visitei (que não foram tantos assim, ok). Em meio aos displays mais “manjados”, estao outros que demonstram, de forma interativa e intuitiva, por exemplo, como funcionam computadores quânticos, ou técnicas de análise genética (microarray) para administração de medicina personalizada, entre outros.

Isto me surpreendeu, pois são assuntos complexos que normalmente não pensamos que poderia ser demonstrado ou fazer sentido em um museu voltado para idade escolar, de forma tão natural. Mesmo que alguns displays não alcancem a complexidade do assunto, o fato de serem interativos e funcionarem como um jogo é o suficiente para atrair a curiosidade das crianças e apresentar o conceito nem que seja superficialmente. E claro, também funciona com adultos.

Ok, crianças asiáticas são mais inteligentes mesmo.

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fake asian

Brincadeiras à parte, acredito que essa apresentação da ciência, não apenas do que já estamos acostumados, mas também da inovação; não apenas do que é bonito e cintilante, mas também do que ninguém consegue ver; não apenas do que é fácil de entender mas também de aspectos mais complexos e que exigem um raciocínio maior do visitante, nos incentivam a buscar mais, a pensar mais.

Talvez este seja um dos aspectos culturais responsáveis por certos países terem maior número de crianças e adolescentes com interesse na carreira científica, e, principalmente, cidadãos mais familiarizados com esse tipo de assunto, fazendo com que ciência e tecnologia sejam parte das conversas do dia a dia, independente da profissão.