Vamos falar novamente sobre Plutão, espero que não fiquem bravos.

É tanta coisa intrigante sobre esse planeta anão que a cada dia que os pesquisadores trabalham com os dados, mais coisas eles descobrem e tentam responder algumas perguntas.

Uma das feições que mais chamou a atenção não só dos pesquisadores, mas também de todos, quando as primeiras imagens da New Horizons chegaram era a grande geleira em forma de coração bem no meio do hemisfério imageado de Plutão.

Qual a origem dessa geleira, como ela se formou, quais suas características, muitas perguntas começaram a pipocar na mesma hora que as imagens chegaram.

Plutão, pode ser considerado um paraíso para os chamados glaciologistas, existem diferentes tipos de gelo no planeta anão, e existe uma interação esses gelos o que torna o objeto muito misterioso.

Entre os tipos de gelos que cobrem a superfície, o nitrogênio é o mais volátil, quando ele sublima, a -235 graus Celsius, ele forma uma fina atmosfera em equilíbrio com o reservatório de gelo na superfície. E isso é o coração, a Planície Sputnik, é um gigantesco reservatório de nitrogênio sólido extremamente massivo.

Até agora a distribuição dos gelos em Plutão era algo sem explicação. Quando os cientistas não conseguem entender muito bem algo, eles partem para os chamados modelos numéricos computacionais.

E assim, os pesquisadores construíram um modelo térmicoda superfície do planeta anão que foi capaz de simular os ciclos do nitrogênio, do metano e do monóxido de carbono por milhares de anos.

Os resultados do modelo foram comparados com os dados adquiridos pela NEw Horizons e mostrou que o equilíbrio das fases sólidas e gasosas do nitrogênio é responsável por prender o gelo na Planície Sputnik.

Na base da baxia, a pressão da atmosfera aumenta, e a correspondente temperatura de congelamento é mais alta do que fora da bacia, o que permite que nitrogênio preferencialmente se condense em gelo.

As simulações descreveram também os ciclos do metano e do monóxido de carbono. O monóxido de carbono é inteiramente sequestrado junto com o nitrogênio na bacia.

Já o metano com uma volatilidade menor consegue escapar da geleira da Planície Sputnik, e de maneira sazonal ele acaba cobrindo os dois hemisférios de Plutão.

O modelo serviu para os pesquisadores preverem que a pressão atmosférica está agora num pico sazonal e nas próximas décadas ela vai diminuir, enquanto que o congelamento sazonal tende a desaparecer.

Essa pesquisa mostrou que não existe a necessidade de um reservatório interno de gelo de nitrogênio para explicar a formação da Planície Sputnik, como era sugerido anteriormente.

Mostrando que Plutão possui uma das atividades mais espetaculares de todo o Sistema Solar.

Fonte:

http://astronomynow.com/2016/09/20/shedding-light-on-plutos-glaciers/

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