Entre as cincos luas de plutão, Caronte é a maior delas – isso mesmo, rebaixamos plutão apenas por inveja de suas 4 luas a mais que a terra. Graças a grande aproximação histórica que a sonda New Horizons fez de Plutão, temos uma grande riqueza de dados dessa lua. Que tal, então, aprendermos um pouco mais sobre esse incrível corpo celeste?

Um dos maiores presentes que um marido já deu

Embora plutão tenha sido descoberto em 1930, Caronte só foi ser descoberto em 1978, pelo astrônomo James Christy no Observatório Naval em Washington, DC.

Foto de James Christy

Foto de James Christy

Em um primeiro momento, James pensou em nomear a lua com o nome de sua esposa, Charlene. Mas depois teve outra ideia de chama-la pelo apelido de sua mulher, Charon. No entanto, o Observatório queria chamar a lua de Perséfone, que na mitologia grega é filha de Zeus e irmã de Plutão.

Após descobrir que Charon (em português, Caronte) também se refere a uma figura da mitologia grega, James conseguiu manter o nome. Caronte transportava as almas dos que morreram a Hades, que, a proposito, é o equivalente do deus romano Plutão.

Sistema binário

Caronte é tão grande (em proporção a Plutão), que os dois formam um caso único. Eles compõem um sistema binário, o único em nosso sistema.

Os dois possuem massas tão semelhantes, que não há uma grande dominância gravitacional de Plutão sobre Caronte. Na verdade, Caronte puxa Plutão com tanta força, que o eixo de rotação de plutão se encontra fora de sua superfície, ou seja, ambos giram em torno de um eixo imaginário comum.

Animação da

Animação da orbita de Caronte e do eixo de rotação de Plutão

“Em termos de dinâmica de como os planetas se formam em torno de sistemas estelares binários, Plutão é o exemplo mais próximo que temos”, Scott Kenyon, astrofísico teórico do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA).

Superfície e composição

A New Horizons revelou uma característica incomum, uma surpreendente formação vermelha no polo norte de Caronte. Como a gravidade de Plutão é muito baixa, os seus gases acabam escapando de sua atmosfera. Dessa forma, azoto, metano e monóxido de carbono acabam sendo canalizados por Caronte. Os raios cósmicos e a luz ultravioleta do sol reagem com a superfície da lua, criando assim tholins, compostos que se formam através da irradiação de compostos orgânicos simples. Este é motivo dessa tonalidade avermelhada.

Plutão é capaz de segurar uma tênue atmosfera, enquanto que Caronte não é grande o suficiente para tal. Ela é extremamente fria, com temperaturas polares que variam de -258 a -212 graus Celsius. Muito provavelmente, o gás, que chega a superfície de Caronte, congela diretamente em sua superfície, pulando o estado liquido.

Caronte possui mais crateras do que plutão, o que sugere que sua superfície seja mais velha que a de sua companheira. Ela possui uma única montanha, apelidada de “montanha em um fosso”, porque ela está localizada em um buraco profundo.

Foto da “montanha em um fosso”

Foto da montanha em um fosso

A lua possui também, um cânion espetacular que se estende por mais de 1.600 quilômetros. O abismo é, pelo menos, quatro vezes maior que o Grand Canyon e duas vezes mais profundo em alguns trechos – Plutão e suas luas, não sabem parar de humilhar a Terra.

Cânion de Caronte

Ao sul do cânion, encontra-se uma planície conhecida como Vulcan Planum que possui menos crateras que a região norte. Sulcos e ranhuras nela indicam que a superfície foi redesenhada, possivelmente, por uma atividade vulcânica gelada. Vulcões gelados, ou criovulcões, são vulcões que expelem substâncias voláteis como água, amoníaco ou metano em vez de lava.

Fonte.

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