Terça-feira, a Microsoft anunciou um novo serviço para o Xbox One chamado Xbox Game Pass que permitirá aos jogadores acessar uma biblioteca de mais de 100 jogos de diversas produtoras, mediante a pagamento de uma mensalidade de U$ 9,99, além de ceder um desconto de 20% na adquisição em definitivo para os jogos do catálogo.

O serviço está previsto para chegar simultaneamente em 27 países, ainda não definidos oficialmente, e não há informação do Brasil ser um deles e nem do preço convertido em Real.

O modelo de serviço não é novidade, afinal, Netflix, Amazon, Hulu, Crunchyroll, Spotify, Deezer e EA Access já oferecem produtos culturais (filmes, séries, músicas e jogos) para consumo em mídia virtual em formato que antigamente chamaríamos de aluguel. E todos com grande sucesso.

Oferecer ao consumidor amplo acesso aos produtos de forma quase irrestrita é muito atrativo, afinal, pelo preço de um, temos muitos. Claro que está nas entrelinhas o fato de estarmos à mercê do provedor e quando este definir, aquele produto não estará mais disponível. Este problema ocorre e é percebido com freqüência pelos usuários de Netflix no Brasil, afinal as negociações por licenças são extremamente complicadas, o que torna nosso catálogo mais restrito que o de outros países.

Com o lançamento do Xbox One, a Microsoft viu sua base instalada ser bastante reduzida e a de seu principal concorrente, o PlayStation 4, alcançar o dobro de vendas de seu console.

Muito dessa perda de mercado se deve a algumas decisões que para os compradores de console podem parecer um descaso, mas não entraremos no mérito desta discussão.

O importante é que a Microsoft tomou suas decisões e está guiando seu público para uma plataforma um tanto mais abstrata, afinal, ela é baseada em seu principal software, o Windows 10, e não mais para o hardware da família Xbox.

Há uma mudança no conceito e abordagem do termo Xbox, afinal ele agora está dentro do Windows 10 e até mesmo do moribundo Windows Mobile.

Com essa mudança para o software, não é de se espantar que a Microsoft tenha lançado um serviço de distribuição e acesso a jogos, ela mudou o foco, ela quer que você consuma em sua plataforma, mas não parece querer brigar por anúncios de exclusivos e sim por estabelecer o melhor e mais completo ambiente para que os jogadores desfrutem da experiência de jogar videogame.

Desde o surgimento do Steam, vemos a aquisição de jogos mudar do físico para o virtual e uma teórica redução da pirataria, já que agora a distribuição dos jogos era imediata, poderíamos aguardar grandes promoções, teríamos correções e atualizações imediatas, ou seja, o mercado mudou.

Com a iTunes Store e o crescimento da Netflix e do Spotify, o mesmo fenômeno ocorreu, agora para cinema e música, mas com um passo extra: você pode escolher em não ser detentor do produto (filme, música) e ao invés disso, pagar uma mensalidade de serviço.

O lançamento do EA Access na plataforma da Microsoft foi um primeiro passo para que essa evolução chegasse aos jogos. Os jogadores, já assinantes da Xbox Live Gold, poderiam pagar mais uma mensalidade e ter acesso a um conjunto de jogos da EA, ter acesso aos lançamentos com uma semana de antecedência e ainda jogar os lançamentos por dez horas antes de realmente precisar comprá-lo (com desconto).

A Microsoft parece ter gostado da parceria com a EA e agora a expandiu para outras produtoras, mas agora sob suas asas.

Isso permite que a Microsoft anuncie um Xbox bastante mais atrativo, afinal, agora, você poderá comprar seu console da Microsoft e com mais 10 dolares, já no primeiro mês, poder jogar mais de 100 jogos diferentes. Acredito que muitos concordarão comigo, isso é um grande argumento de venda.

Você pode não ter tantos exclusivos quanto o concorrente, mas também não precisará gastar centenas de dólares para ter uma vasta biblioteca à sua disposição, bastará baixar o jogo (não é um serviço de streaming), sem custo adicional, e jogar.

E se você optar por assinar a Live Gold, ainda leva mais 4 jogos para chamar de seus e não precisar se preocupar se sairão da biblioteca do Xbox Game Pass e também poderá jogar os jogos online com seus amigos.

Acredito que com esse lançamento, o mercado mudará e a cada mudança a concorrência precisa estudar mais.

Sony e Nintendo terão que rever planos, ou simplesmente aceitar o risco inicial e ver como a Microsoft se sai.

Uma coisa me parece certa a próxima geração de consoles será guiada pelo resultado deste lançamento e nós jogadores teremos que aceitar uma nova mudança.

Fonte:
Xbox Game Pass