No contexto das florestas tropicais, a Mata Atlântica é um exemplo da eficiência destruidora da espécie humana. Há cerca de 65 milhões de anos, as angiospermas, que dominam as florestas tropicais, chegaram ao dossel e, nos últimos 50 milhões de anos, a diversificada teia de vida da Mata Atlântica tem evoluído sem a pressão de grandes transtornos geológicos. Contudo, a chegada do homem às planícies sul-americanas há cerca de 13 mil anos inicia um processo de interferência sem precedentes, mais devastador do que as próprias “catástrofes” geológicas. Um dos resultados mais imediatos, aventa-se, foi a onda de extinção da megafauna.

 

Na seqüência, avança o homem sobre a floresta, criando distúrbios que, de certa forma, se diluíam na efervescência de formas de vida e na magnífica favorabilidade das condições desse último período interglacial. Isso ajudou a construir o mito do “bom selvagem”. Essa condição mais uma vez é abruptamente rompida com uma nova leva de colonizadores. Aportando suas naus numa costa ampla e exuberante, o colonizador europeu logo colocou a desserviço da floresta toda a sua tecnologia. A eficiência foi tamanha que em cinco séculos “manejando” a Mata Atlântica, com o providencial apoio da metalurgia, o invasor europeu conseguiu subverter a lógica natural e num ambiente com todos os requisitos necessários para a exuberância, reduziu tudo a “paisagem” e a “espaço”.

Texto de João de Deus Medeiros, do Departamento de Botânica (CCB-UFSC)

 


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Produção Geral: Tarik FernandesHosts: Fernando Malta e Marcelo Guaxinim.

 Equipe de Pauta/Gravação: Caio, Flavia, Gabriela e Werther

Edição: TalknCast

Imagem de Capa: Luciano Candisani/Legado das Águas


 

Referências:

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