Queria usar esse espaço para falar um pouco sobre os processos de mentoria que passei. Mas antes de começar, queria colocar aqui primeiro uma breve definição.

Mentoria, ou mentoring como é mais conhecido, é um processo em que uma pessoa, que possui mais experiência e conhecimento em uma área ou tecnologia, fazendo o papel de mentor, aconselha, ensina, mostra os seus segredos e incentiva, para uma ou mais pessoas, onde normalmente são pessoas com menos experiência, fazendo o papel de mentorado ou mentee, que recebem as instruções e conselhos para cumprir um objetivo pré-estabelecido para a carreira.

Eu já fui um mentorado em um processo individual e em grupo, e em cada caso a experiência foi bem diferente, com vantagens e desvantagens.

No processo individual, o aconselhamento é muito mais direcionado, os mentores conseguem ver também com mais facilidade as dores da pessoa que está sendo orientada. Também é muito mais fácil ficar no pé, cobrando resultados. Os encontros podem ser mais flexíveis e mais curtos. No meu caso, o acompanhamento individual foi a época mais “pede pra sair, 02” da minha vida, muita cobrança, porém muito recompensador. É como se você fosse o Harry Potter e recebesse aulas extras com o professor Lupin para conseguir realizar o Patrono.

Em um acompanhamento em grupo, a desvantagem é que o andamento é mais devagar. Porém como o objetivo escolhido é comum à todos, existe aí o trabalho em equipe. Você, como mentorado, pode ver como as outras pessoas que estão recebendo orientação e como “andam das pernas”. Pode ser que você tenha pontos à melhorar, que não tenha enxergado. Ou existem pontos que você pensa que é simples, mas que outras pessoas precisam de ajuda. E que mesmo sem ser mentor, pode ajudar. Nesse caso aqui, é como se fosse a Armada de Dumbledore se encontrando para realizarem as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas com o Harry Potter.

Eu recebi mentoria, quando era júnior na minha profissão de analista de sistemas e também, quando não era mais. Eu recebi orientações, desde como se escrever um e-mail, que rumo seguir na minha carreira. Recebi também orientações em todo o processo de construção de um software, passando por levantamento de requisitos de um sistema, fazer a modelagem do mesmo, codificar, testar, e por aí vai. Até a entrega do produto final e manutenção. Vide o texto na nossa amiga Bruna Diir, A saga do herói… ou melhor, do software!.

Uma característica minha, que tive que melhorar (e ainda é um ponto de atenção) é o tempo. Sempre foi uma desculpa para não ter estudado ou não ter conseguido cumprir a entrega de alguma coisa. Nessas horas eu lembro de um ditado que aprendi de um dos meus mentores, “O problema nunca é tempo, é prioridade”.

Por essa descrição, pode parecer que esse processo é muito parecido com um programa de estágio ou uma iniciação científica. E na minha opinião, é semelhante mesmo, ou deveria ser.

Uma opinião minha é a seguinte: se aparecer a oportunidade de participar de um processo de mentoria, como mentor ou não, informal ou formal, não deixe passar. Se você não tem nada a aprender, que eu acho difícil ninguém ter nada a aprender, sempre tem um amiguinho que pode receber uma ajuda.

Alguns links interessantes:

https://techcrunch.com/2017/08/03/linkedin-is-rolling-out-a-free-tinder-style-service-to-pair-users-with-mentors/

http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pbcib/article/view/34676

https://paineira.usp.br/aun/index.php/2017/06/29/mentoria-promove-saude-na-universidade-diz-psicologa/

Referências:

Beyond Mentoring (Dawn Lowe-Wincentsen) – Chandos Publishing, 11/2016

Business Coaching and Mentoring For Dummies (Steve Crabb, Marie Taylor) – John Wiley & Sons, 04/2016