Quando observamos os objetos no céu sem nenhum equipamento muito especial estamos observando basicamente a parte do espectro eletromagnético chamada de luz visível.

Embora seja de suma importância para tudo que conhecemos, ela é apenas uma pequena parte do espectro que cobre os mais diferentes conteúdos de frequências que se pode imaginar.

No caso do estudo das nebulosas, e principalmente sobre o que acontece no interior desses objetos, a luz visível não tem muito a revelar, pois, as nuvens de poeira e gás são totalmente opacas para esse comprimento de onda.

Porém, se usamos o equipamento certo, acoplado ao instrumento correto, podemos varrer as nuvens de poeira da nossa frente e observar o interior das nebulosas.

Por que isso é importante?

Porque é ali dentro onde as estrelas estão formando, assim, se queremos saber mais sobre o processo de formação das estrelas temos que usar principalmente o comprimento de onda do infravermelho, pois nesse caso as nuvens se tornam transparente e todo o segredo ali guardado nos é revelado.

Basicamente foi isso que um novo estudo da nebulosa de reflexão M78 fez.

Astrônomos do ESO apontaram o instrumento VISTA para essa região, localizada a aproximadamente 1600 anos-luz de distância da Terra na constelação de Orion, um pouco ao norte das três marias, para examinar o processo de formação de novas estrelas que está acontecendo ali dentro.

Quando literalmente aspirou toda a poeira da frente, o VISTA revelou aos astrônomos duas estrelas supergigantes azuis, a HD 38563A e a HD38563B e a estrela responsável por iluminar a nebulosa NGC 2071, vizinha da M78, a HD 290861.

Além dessas enormes estrelas o VISTA revelou também estrelas que estão se formando no interior da nebulosa, destacadas com as cores avermelhadas e amareladas.

Algumas dessas estrelas são do tipo T Tauri, estrelas que embora sejam brilhantes, ainda não estão suficientemente quentes para dar início ao processo de fusão nuclear no seu núcleo.

Esse estudo mostra que usando os potentes equipamentos atualmente disponíveis para os astrônomos e da forma correta é possível entender cada vez mais o início da vida das estrelas, espiando o que acontece no interior das belas nebulosas.

Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1635/?lang