Hoje sou a mina do suporte (sempre confirme que os cabos estão bem conectados, que o aparelho está ligado ou carregado e sempre esteja em seu computador se a pessoa do suporte se conecta a ele de maneira remota), mas oficialmente sou bacharel em Ciência e Tecnologia e bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do ABC – UFABC, também fiz algumas pesquisas, organizei alguns eventos e participei de projetos de extensão enquanto fui universitária.


Assim que entrei na universidade, descobri o Pesquisando desde o Primeiro Dia – PDPD, no qual os ingressantes podem fazer pesquisa científica desde o primeiro ano do curso, no meu caso, eu tinha interesse em pesquisa na área da saúde e fui conversar com um professor que pesquisava maneiras de aumentar o gasto energético.

Minha parte seria analisar a expressão do genes de acordo com o tipo de dieta e biotipo. Não vou descrever exatamente o que fazia porque pode ser um tema sensível, mas trabalhei com duas espécies de ratos de laboratórios, divididos em quatro grupos alimentados com dieta normal ou dieta rica em gordura, mais informações no artigo publicado.

Nem cheguei a fazer a parte de análise genética porque saí do grupo de pesquisa por ficar impressionada com a preparação do material para enviar ao laboratório e receber os dados para a parte de bioinformática. 

mulher de ascendência afro em laboratório de biologia molecular.

Depois disso, decidi mudar de área e fui conhecer outras áreas e outros projetos da universidade, eis que conheço o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, onde trabalhei com estudantes do ensino público.

Neste projeto trabalhamos com o conceito de investigação científica aplicada ao ensino médio, o artigo publicado foi baseado em duas sequências didáticas (aulas), nas quais os estudantes tinham de formular e testar hipóteses para identificar o objeto dentro da “Caixa de Pandora”, mas a minha participação no projeto durou dois anos.

 

Grupo de estudantes sorridentes reunidos em torno de mesa redonda, discutindo amigavelmente sobre algum tema.


Também participei de projetos de extensão, dentre eles estão IV Semana da Biologia, Curso Caminhos do Mar, e fui monitora do Sabina de maneira formal, ou seja, tinha bolsa e certificado de participação para o Lattes (currículo do pesquisador brasileiro) ou para comprovar participação em seleções fora do Brasil. Também participei das empresas júnior Enactus UFABC e Seiva Jr (fiz parte da equipe que iniciou os projetos, antes de se tornarem formais).

Já no fim da saga de participações em projetos universitários, chega o temido momento do TCC, no qual trabalhei com uma serpente do cerrado que não era vista há décadas, e foi considerada extinta, mas voltou a ser encontrada por conta de algumas obras do governo federal. Então meu trabalho foi redescrever os espécimes encontrados, porque os originais provavelmente foram queimados durante o incêndio no acervo do Butantã em 2010, e ampliar sua distribuição geográfica.

 

Serpente de pequeno porte, a foto tem como ponto principal olho  e narina da serpente. O centro da foto é ocupado quase totalmente pela cabeça da serpente que tem brilho cinza prateado.

Este trabalho não se tornou artigo, porque já eu estava considerando a ideia de deixar a área científica e não segui com a ideia de publicação, mudei para Montevidéu para tentar um mestrado em Ciências Ambientais, entrei, confirmei que não queria mais seguir na vida acadêmica, deixei o curso e comecei a trabalhar com tecnologia.

Hoje sou a mina do suporte. Passo meus dias usando todas as habilidades de resolução de problemas, investigação, trabalho em equipe entre outras coisas aprendidas durante minha trajetória científica para resolver ou buscar como resolver problemas de equipes de TI de outras empresas.

 

Pessoa ruiva olhando três monitores  de um computador, e de costas para o espectador.


Como se tudo isso E estudar não fosse suficiente, entrei para a equipe do Deviante <3.