Os cometas são objetos realmente espetaculares que vagam pelo nosso Sistema Solar, e mesmo sendo observados a exaustão, estudados e analisados, ainda podem nos surpreender.

O Telescópio Espacial Hubble durante três dias de observação em Janeiro de 2016, mostrou que o Cometa 332P/Ikeya-Murakami, ou Cometa 332P se partiu no espaço, criando 25 blocos de gelo e poeira e que agora acompanham o corpo principal do objeto em sua jornada pelo Sistema Solar.

Essas são as imagens mais nítidas e detalhadas desse tipo de fenômeno registrada por um telescópio, e aconteceu a cerca de 140 milhões de km da Terra.

As observações sugerem que o cometa pode ter entrado numa rotação tão rápida que começou a ejetar gigantescos blocos de sua superfície, de modo que os detritos agora se espalham por uma extensão de cerca de 6000 km no espaço.

Essas observações são de suma importância para se entender ainda mais sobre o comportamento dos cometas.

O Cometa 332P foi descoberto em Novembro de 2010 por dois astrônomos amadores japoneses, Kaoru Ikeya e Shigeki Murakami, quando foi registrado pelo Hubble ele estava além da órbita de Marte. E mede cerca de 500 metros de diâmetro.

Com base nos dados do Hubble, os pesquisadores sugerem que a luz do Sol aqueceu o cometa, fazendo com que ele começasse a emitir jatos de gás e poeira a partir da sua superfície.

Pelo fato do núcleo ser pequeno, esses jatos agiram como verdadeiros motores, fazendo com que o cometa entrasse numa rotação muito rápida, com essa rotação foi complicado se manter coeso e o cometa começou a perder grande quantidade de massa através de detritos enormes sendo lançados ao espaço.

A visão de alta resolução do Hubble foi capaz de identificar diferenças no material ejetado pelo cometa. Existe um fragmento gigantesco que se localiza perto do núcleo do cometa tão grande quanto esse núcleo e que pode ter sido resultado de uma explosão em 2012. Esse fragmento sugere que o cometa primeiro foi dividido em dois.

Os pesquisadores estimam que o Cometa 332P tem massa suficiente para aguentar mais 25 explosões, se cada episódio acontece a cada 6 anos, quer dizer que o cometa ainda pode sobreviver por mais 150 anos aproximadamente.

Essa não é a primeira vez que o Hubble observa um cometa se partindo em pedaços, como não lembrar do Shoemaker-Levy 9 que se espatifou em Júpiter e além dele, em 2006, o Hubble observou a ruptura do Cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3, ou 73P, onde o Hubble observou 60 pedaços, mas como o cometa não pôde ser observado por muito tempo não foi possível estudar a evolução dos fragmentos com o passar do tempo.

Esse tipo de observação é muito importante para entendermos melhor os cometas, seu comportamento, sua dinâmica, o efeito causado pelo planetas gigantes em sua órbita, o comportamento dos elementos voláteis, ou seja, todas as características que façam com que possamos entender cada vez mais sobre esses misteriosos e importantes objetos que carregam os segredos da história do Sistema Solar.

Fonte:

http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2016/35/full/