Todos vocês já estão cansados de me ouvirem falar que no centro da maioria das galáxias existem buracos negros supermassivos, massas de milhões a bilhões de vezes a massa do Sol.

Além disso, é meio que um senso comum que as grandes galáxias do universo crescem através do processo de devorar galáxias menores.

Nesse caso os buracos negros de ambas as galáxias começam a orbitar um em relação ao outro e podem até se fundirem num só.

Uma evidência de que as galáxias se fundiram é o fato do par de buracos negros não estar exatamente no centro, mas sim um pouco deslocado.

Então os astrônomos usaram as antenas do VLBA, e começaram a investigar mais de 1200 galáxias atrás de exemplos que pudessem comprovar a premissa por eles estabelecida.

As observações mostraram buracos negros no centro de praticamente todas as galáxias, mas uma em especial chamou a atenção.

Essa galáxia está localizada num aglomerado de galáxias, a 2 bilhões de anos-luz de distância e na verdade, o buraco negro identificado está cercado por uma galáxia muito menor e muito mais apagada do que se esperava, além disso, esse buraco negro está se afastando do núcleo de uma galáxia maior, deixando para trás um rastro de gás ionizado.

O que os cientistas concluíram é que eles observaram na verdade uma galáxia que passou através de uma galáxia grande, sendo que o gás, a poeira e as estrelas da galáxia menor foram arrancadas durante a fusão, expondo, e deixando praticamente nu, um buraco negro supermassivo.

É a primeira vez que um tipo de objeto com essas características é observado, e os astrônomos acreditam que muito mais exemplos como esse devem existir.

Para isso eles continuarão usando a potência do VLBA para continuar observando galáxias em busca de pares de buracos negros exóticos.

Essa busca é muito importante, e esse tipo de descoberta também, pois o crescimento das enormes galáxias do universo, juntamente com seus buracos negros supermassivos está intimamente ligado com a evolução do próprio universo.

Entender esses processos, esses objetos é de suma importância para se poder traçar a linha de tempo evolutiva completa das galáxias gigantes do universo, e definir qual é a relação que elas compartilham com os buracos negros supermassivos.

Fonte:

https://public.nrao.edu/news/pressreleases/nearly-naked-supermassive-black-hole