O ALMA, como eu já falei para vocês muitas vezes, e volto a repetir, está ajudando os astrônomos a reformularem, reestruturarem e reescreverem todo o processo de formação planetária.

Algo antes, que se resumia a desenhos borrados hoje já são imagens detalhadas e de alta resolução feitas pelo ALMA e que revelam a formação de planetas.

Uma das conclusões importantes que os astrônomos chegaram com essas imagens do ALMA, é que muito provavelmente a formação dos planetas acontece logo depois da formação do disco protoplanetário ao redor da estrela.

Embora tudo isso seja magnífico uma coisa sempre incomodou os astrônomos, eles sempre estão olhando para a poeira nos discos protoplanetários, e isso pode causar uma certa ambiguidade na interpretação da causa.

Porém, agora, tudo mudou!!! Um grupo de pesquisadores, usando o ALMA observou a a estrela HD 163296, e conseguiu estudar tanto a poeira como o gás presente no disco protoplanetário com o mesmo nível de detalhe.

Essa estrela tem 5 milhões de anos de vida e cerca de duas vezes a massa do Sol. Está localizada a aproximadamente 400 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Sagitário.

Essas novas observações revelaram 3 gaps no disco da estrela.

Um primeiro gap a 60 UA da estrela, o equivalente a duas vezes a distância entre Netuno e o Sol, porém esse gap não apresentou muita diferença na concentração de gás se comparado com o resto do disco, portanto pode ser um planeta, mas podem existir outras explicações.

Os outros dois gaps estão localizados a 100 e 160 UA da estrela, o equivalente a algo mais distante que o cinturão de Kuiper do Sistema Solar. Nesses dois gaps existe uma diferença marcante entre o gás existente ali e o gás do disco como um todo, o gás sofre uma marca profunda o que indica a presença de dois planetas do tamanho de Saturno.

Os astrônomos já sabiam que o gás e a poeira se comportavam de maneira diferente ao redor de estrelas jovens, mas só agora, com o ALMA foi possível observar essa diferença e estudar os mecanismos físicos e químicos que geram os planetas.

Com a metodologia bem definida de se observar tanto o gás e a poeira ao redor dessas estrelas os astrônomos poderão confirmar ou não, se as impressões nos discos são mesmos planetas em formação, ou têm outras origens.

Fonte:

http://astronomynow.com/2016/12/12/alma-finds-compelling-evidence-for-pair-of-infant-planets-around-young-star/