Eu sei melhor do que ninguém a dificuldade e insegurança que envolvem os investimentos. Todos os dias recebo mensagens de pessoas que querem ajuda para investir melhor, mas não sabem nem em quem podem confiar ou quais recomendações seguir.

Parte da confusão é causada por essa lista de profissionais que podem ajudar o investidor – nomes parecidos, mas serviços, qualificações e remunerações bastante diferentes.

O que faz um assessor financeiro?

Também conhecido como agente autônomo ou AAI é um profissional vinculado a uma instituição distribuidora de títulos, como banco ou corretora. O trabalho dele/a é oferecer e explicar os diversos produtos disponíveis na plataforma da qual é filiado/a. Sua remuneração vem de comissões dos investimentos que vende.

Por receber comissão do distribuidor, existe um conflito de interesses inerente ao seu trabalho: sua remuneração não é vinculada ao lucro do cliente (e muitas vezes chega a ser inversamente proporcional). Não é de surpreender que os produtos com menos rentabilidade para o investidor são aqueles que mais pagam comissão aos AAIs.

 

O que faz um planejador financeiro?

Um planejador tem uma visão mais completa da vida financeira do cliente. Suas tarefas envolvem ajudar na organização do orçamento, sugerir seguros e planejar a sucessão patrimonial. Mas a formação desse profissional é “difusa”. Dos três profissionais citados aqui, os planejadores são os únicos que não precisam se qualificar perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) para exercer seu trabalho.

Isso significa que a escolha desse profissional precisa ser bastante criteriosa para entender a formação e qualificação dele/a. Além disso, uma grande parte dos planejadores não está autorizada a recomendar investimentos (uma prerrogativa dos consultores). Por isso, antes de contratar, é importante se informar muito bem.

 

O que faz um consultor de valores mobiliários?

Assim como o assessor, o consultor precisa ser aprovado em um exame da ANBIMA e certificado a nível federal pela CVM. Mas as semelhanças acabam aqui. O consultor trabalha de forma independente, isto é, sem vínculo com instituição financeira.

O trabalho do consultor é entender todas as necessidades, objetivos e perfil do cliente e recomendar as melhores opções dentre os investimentos. A diferença crucial entre o consultor e o assessor é que o primeiro faz recomendações dedicadas e profundamente estudadas para seu cliente, enquanto o assessor não pode nunca recomendar, somente explicar e oferecer.

A diferença é tão grande que até a CVM determina que as duas atividades não podem ser acumuladas, por conta do conflito de interesses. Se você recomenda, não deve receber comissão. Por isso a remuneração do consultor é custeada pelo cliente, que contrata um serviço personalizado e recebe apoio qualificado para executar e acompanhar seus investimentos.

 

E qual o melhor para você?

Bem, isso depende. Se você só gostaria de alguém para esclarecer os diversos nomes e letras disponíveis nos sites e aplicativos das corretoras, o assessor será suficiente – e sem custos.

Já o planejador é recomendado para quem quer apoio com organização financeira e proteção patrimonial. Já aviso que será a pessoa com mais acesso à sua vida financeira (além da Receita Federal, claro).

Já o consultor é perfeito para quem quer ajuda para investir de maneira consciente e com suporte. Nós, consultores, somos qualificados para recomendar desde a renda fixa para sua reserva de emergência até a previdência que vai garantir sua aposentadoria. Tudo de forma isenta de interesses próprios e totalmente focada no cliente.

A verdade é que o mais importante é você entender suas necessidades para saber qual profissional vai agregar à sua vida financeira. E claro, pesquisar.

Mas como meu grande propósito tem a ver com ajudar as pessoas a realizar seus sonhos, o que me deixa mais feliz é saber que a sementinha da curiosidade sobre investimentos já foi plantada em você.