Chamem-me de romântica inocente, mas o que precisamos é de amor! Os Beatles estavam certos desde o início!

“Ah pronto! A nova redatora ficou maluca e veio colocar romance nos textos do Deviante.”

OH YEAH! Love is in the air! E eu vou falar de amor no marketing e começar a desvendar a mágica que envolve tudo isso.

Para entender,eu preciso saber, você sabe quem é Kevin Roberts? Trata-se de um senhor simpático com seus 68 anos de idade. Ele é fundador da Red Rose Consulting e por muito tempo trabalhou na P&G, além de ter sido CEO da SAATCHI & SAATCHI. Ele é a pessoa que cunhou o termo LOVEMARKS. E o que raios é isso?

Trata-se de um conceito muito simples, uma marca do amor!

“Uso o mesmo xampu há tantos anos, que nem me lembro mais: Head &Shoulders. Ridículo, não? Quero dizer, é um xampu anticaspa que funciona. Mas eu não tenho cabelo, quanto mais caspa! Mesmo assim, amo o Head & Shoulders.”

Kevin Roberts, pg 22, LoveMarks.

Vou dar um exemplo diferente do Kevin e sua careca. Vamos pensar que estamos em um dia de sol bem quente. Você conseguiu executar todos os propósitos traçados para o dia de hoje, mas, infelizmente, você sofreu com o calor excessivo do dia. Acho que está na hora de um pequeno descanso, não é mesmo? Parando em uma lanchonete qualquer, você vê o garçom retirando uma Coca-Cola de vidro. As gotas de água que envolvem a garrafa escorrem lentamente denunciando o quão gelado o líquido se encontra. O atendente enche um copo repleto de gelo e o líquido negro efervescente ocupa todo o recipiente. O dono da Coca-Cola termina a bebida dando goles longos e satisfatórios. E agora? O que você faz?

“Eu quero um gole de Coca AGORA mesmo.”

Posso ter usado de artimanhas erradas para provar meu ponto, mas,olha,eu fiz você reconhecer uma LOVEMARK sua. (Talvez não). Compreende que uma marca do amor está envolvida com o cliente? Ela cria um vínculo com seu público que o faz parte da marca. Vai me dizer que em um dia de calor você respira fundo e pensa: Nossa, queria um refrigerante de cola. Sinto muito por isso, mas acho que agora você entendeu o que é uma LOVEMARK.

Não. Você quer uma Coca-Cola. Mas isso não é a única coisa que faz com que a uma marca seja uma lovemark.

Kevin acredita que precisamos de alguns elementos para compor uma lovemark, são eles:

Mistério

O que seria um mistério? Bom, grandes histórias são pautadas com mistério. Exploração de sonhos, criação de mitos e ícones!

Ah! A inspiração! Quem se sente motivado ouvindo um monte de dados estatísticos e porcentagens? Talvez o Fencas.

Mas, pense bem, quando você lembra de uma propaganda, uma marca, há uma história envolvida ali no meio!

Você lembra da propaganda da Skol? E toda a ideia do redondo? O Kevin era CEO da empresa que criou isso:

Muito fofo ver velhinhos dançando e pedindo cerveja! Além disso, você tem uma história e não simplesmente imagens provocativas. E nessa onda de mistério e histórias, surgem personagens maravilhosos.

Vamos falar de histórias e não de estatística!

Sensualidade

Parem suas mentes pervertidas agora mesmo! Sensualidade no sentido de envolvimento dos sentidos!

Pegue o novo Ypê sabor limão siciliano e dê uma boa cheirada. O que te remete? Frescor? Limpeza? Às vezes até a sua infância e as brincadeiras no fundo da casa da vó! É bom, né? Toda menina sabe que tem uma loja da Melissa a uns bons metros de distância!  Sabe o por quê? A Melissa tem um cheiro característico!

Mas o olfato não é o único dos sentidos!

  • Audição: músicas de comerciais, o ‘ronco’ do motor de uma Harley, o início característico do seu podcast
  • Visão: A Torre Eiffel é o símbolo da cidade parisiense, a cartola do Slash, entre outros logotipos visualmente identificáveis;
  • Tato: já sentiu um carro novo? Passou a mão em um lençol de milhões de fibras?;
  • Paladar: Insira aqui o gosto de chocolate de sua preferência.

Intimidade

Já criamos nossa história, já exploramos nossos sentidos e agora passamos para a intimidade. E, como em todo relacionamento, não vale aqui inserir uma intimidade falsa. Aqui entendemos que as lovemarkssão das pessoas que as amam e não o contrário.

Você já foi ao OutBack? Eu lembro da minha primeira experiência na empresa. Era em um jantar, estávamos de passagem por Ribeirão Preto. O atendente veio até a nossa mesa e se abaixou, para que ficássemos na mesma altura. Ele, cordialmente, se apresentou ofereceu o pão da casa e anotou nossos pedidos. Até hoje eu recomendo a ida ao Outback para qualquer pessoa! Eu não moro em Ribeirão, mas isso não importa. A empresa foi intimista comigo!

Nesse ponto, se você conseguir intimidade, meu amigo… aí conseguiu! Tão lá as pessoas aguardando o novo lançamento do iPhone (insira o número aqui). E qual é o tamanho da espera para a reserva daquele jantar? São 5 anos para um Rolex? Ou mesmo quanto tempo você aguarda uma encomenda de bolos da sua confeitaria favorita?

Se uma empresa consegue agregar o que foi citado ela conseguiu criar um vínculo com os seus consumidores que, bom, eu e o Kevin achamos que é amor! Kevin pensou que apenas amor seria o que iria mudar a visão das pessoas sobre as marcas. Ledo engano. Como todo relacionamento, não basta ter apenas amor. Precisamos de respeito!


Mari Ribeiro. Formada em Administração de Empresas. Nerd, criativa e apaixonada. Além de amor o mundo precisa de maluquices. :)