Técnica de rastreamento de mudanças químicas nas moléculas de carbono pode mudar a forma de estudo da poluição atmosférica. Há um novo método que rastreia as reações entre o ar e os compostos de carbono e pode ajudar na compreensão do caminho e dados sobre o comportamento dos compostos baseados em carbono ao longo do tempo.


Quando determinado composto é liberado na atmosfera, ocorrem diversas reações que formam outros compostos e moléculas o tempo todo, explica Isaacman-VanWertz, que pesquisou este tema no pós-doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), juntamente com Jesse Kroll.

Isaacman-VanWertz focou os estudos na forma de interação entre os compostos orgânicos – compostos de carbono que compõem todos os seres vivos – e a atmosfera, já que são liberadas grandes quantidades desses compostos por fontes naturais e atividades humanas.

Qualquer coisa com perfume (vinagre, removedor de esmalte, gasolina, entre outros) emite compostos orgânicos. Uma vez emitidos, entram na atmosfera e passam de formas complexas para centenas ou milhares de outros compostos.

O rastreamento da mudança da forma do carbono, ao entrar na atmosfera, é um grande desafio. As ferramentas desenvolvidas nas últimas décadas permitiram medições mais completas do carbono na atmosfera, mas ainda exigem equipamentos de ponta e análise cuidadosa.

Neste projeto, Isaacman-VanWertz estudou o cheiro de pinho, feito a partir de pineno. Eles usaram 5 espectrofotômetros – equipamento usado para classificar moléculas através de suas massas e átomos presentes na substância – para medir as características do carbono dentro de um saco de Teflon à altura de uma pessoa, em clima controlado, numa sala com luz negra.

As luzes simulam a luz solar e estimularam a química do pineno dentro da câmara, simulando reações que ocorrem na atmosfera. Cada aparelho coletou um determinado conjunto de dados ao longo da reação, como o rastreamento das faixas específicas dos compostos químicos.

Isaacman –VanWertz e seus colaboradores conseguiram rastrear completamente o carbono da molécula de pineno, do início ao fim, por meio das mudanças químicas como ocorrerão na atmosfera. Os átomos de carbono em pineno se transformam em centenas de compostos diferentes através de uma cascata de reações.

A partir de mistura inicial de compostos formados a partir de reações de pineno, verificou-se que o carbono foi parar em “reservatórios” estáveis e não reagem na atmosfera.

O processo deve ser similar para outros compostos à base de carbono. A escolha do pineno se deu por este ter sido amplamente estudado, permitindo que outras referências pudessem ser usadas para entendimento das observações.

O pineno é naturalmente emitido, e seu comportamento pode ser usado para antecipar como outros compostos, por exemplo, os poluentes, reagirão na atmosfera. Estes resultados ajudarão pesquisadores a entender como poluentes de uma usina de energia podem impactar uma comunidade, em outra região. Com o entendimento de como a química acontece é possível entender os tipos de poluentes e sua origem na atmosfera.

Com este estudo espera-se que outros cientistas se aproveitem dos resultados e descubram a tendência dos compostos emitidos na atmosfera,  se pode ser aplicável a outros compostos e como estes processos podem coexistir ou competir com outros que ocorrem na atmosfera.

Fonte: Science Daily