Bom dia, boa tarde ou boa noite para todos os Deviantes. Hoje gostaria de falar com vocês sobre a Copa do Mundo feminina de futebol. Apesar de ter passado praticamente um semestre da Copa do Mundo masculina, nossas guerreiras estão a poucos dias de sua estreia.

Acredito que a grande maioria de vocês não deve acompanhar o futebol feminino, e talvez nunca tenham se interessado pelo assunto, mas acredito que, assim como em outros esportes (vôlei por exemplo), podemos observar sua evolução através das meninas do nosso Brasil, e uma Copa do Mundo,pode ser o ponta pé inicial para uma nova paixão nacional.

Interessante saber que apesar de os homens praticarem esse esporte desde que chegou as terras tupiniquins, as mulheres eram proibidas. Isso ocorria não apenas por ser malvisto, e sim por uma lei que foi homologada em 1941 e durou até 1979. Pasmem, o Brasil já era tricampeão mundial e as mulheres tinham o papel apenas de torcer ou fazer coberturas sobre (jornalistas).

Naquela época, a visão do governo era a de que o corpo feminino era frágil, o que impossibilitava delas praticar o esporte. Essa proibição, acabou retardando o desenvolvimento do futebol feminino, por isso ainda vemos uma diferença gigantesca do nosso futebol para outros países (apesar de termos a maior jogadora de todos os tempos – Rainha Marta). Por isso que a primeira geração (pós lei revogada), é conhecida como “as pioneiras”.

A primeira edição da Copa do Mundo feminina aconteceu em 1991, e podemos chamar todas elas de desbravadoras. Um estandarte do nosso futebol feminino é a ex-jogadora Formiga, que ganhou duas medalhas de prata em Olimpíadas, três ouros nos Jogos Pan-Americanos e sete Copas do Mundo, tudo isso nos seus vinte seis anos de carreira.

Hoje o futebol feminino brasileiro está um pouco mais profissionalizado, a diferença para o masculino ainda é abissal, mas é notória uma melhora significativa.

Os times que disputam a série A do campeonato brasileiro ,além daquelas agremiações que têm alguma história relevante (como a Ferroviária do interior de São Paulo), têm um representante no futebol feminino.

Além dos estaduais, hoje temos o Brasileirão feminino e a Copa Libertadores feminina. Uma demora injustificada da confederação sul-americana (COMEMBOL) e da Confederação Brasileira (CBF) fez com que o esporte demorasse a se desenvolver na América do Sul, lembrando que os Estados Unidos, foram na contramão ou contrassenso e investiram pesado na modalidade, o que ajudou elas se tornarem tetracampeãs, seguidas pela Alemanha (dois títulos), Japão e Noruega (um título).

“As pioneiras” têm histórias diferentes e comoventes, mas todas elas têm um fator em comum, que é a superação e a paixão pelo futebol. Diferente dos meninos, que sempre são incentivados a jogar uma bolinha e tentar o sonho de ser jogador, as meninas acabam enfrentando uma dificuldade maior, porque além dos olhares tortos que vinham de casa e de seus parentes, os recursos eram escassos.

A primeira seleção feminina, foi basicamente um catado para um amistoso contra a Holanda, e foi basicamente uma seleção SUB 20, que mal tinha campo para treinar e gente suficiente para jogar. As meninas não tinham direitos de usar a academia ou qualquer equipamento, os uniformes eram da equipe masculina e suas chuteiras eram muitas vezes gastas por não terem nenhum patrocínio para tal.

Imagina a quantidade de talentos que o nosso país perdeu. É basicamente o que perdemos quando falamos em pouco investimento em ciência ou na educação de base. Imaginem as pioneiras, que basicamente não recebiam salários, e sim uma ajuda de custo, lutaram para conquistar uma medalha olímpica (prata). O mundo parou e começou a olhar as jogadoras brasileiras e, como nossas mentes brilhantes, os times começaram a contratar nossas meninas que começaram a ir para a Europa e Estados Unidos, onde a liga já era fortíssima.

 

Descrição da imagem: logomarca da Copa do Mundo Feminina da FIFA de 2023. O símbolo traz uma bola de futebol junto à 32 quadrados com cores vibrantes que refletem as 32 equipes que vão disputar a competição, com círculos que remetem aos povos indígenas que vivem na região. A frase FIFA WOMEN’S WORLD CUP traz uma tipografia única e vigorosa, assim como as estrelas que desfilarão pelos gramados do torneio. Ela é acompanhada pela silhueta do troféu. Na parte inferior, artes criadas pelos artistas locais, tanto da Austrália, quanto da Nova Zelândia são vistas com as siglas “AUNZ – 2023”

 

Dia 20 de julho começa a edição 2023 com término em 20 de agosto, e nossas meninas vão entrar em campo para tentar o título inédito. Nossa técnica Pia (sueca – o futebol feminino já tem uma técnica estrangeira a algum tempo, talvez um exemplo a ser seguido pela masculina) vai contar com as goleiras: Letícia (Cor), Camila (San), Bárbara (Fla), laterais: Antônia (Lev), Bruninha (Ny), Tamires (Cor), Zagueiras: Kathellen (RMad), Lauren (Mad), Mônica (Mad), Rafaelle (Ars), meias: Adriana (Orl), Ary Borges (Ny), Duda Sampaio (Cor), Andressa Alves (Hus), Luana (Cor), Ana Vitória (Ben), atacantes: Bia Zaneratto (Pal), Debinha (KC), Geyse (Bar), Kerolin (NC), Nycole (Ben), Gabi Nunes (Mad) e Marta (Orl).

A Copa terá como sede Austrália (com seis arenas) e Nova Zelândia (com quatro arenas). A abertura será no Eden Park e a final no Estádio Olímpico de Sydney. Ter dois países como sede, mostra a organização e a força que o futebol tem pelo mundo (lembrando que a última vez que dois países sediaram uma Copa, o Brasil levou o caneco – Japão/Coreia 2002).

O Brasil está no grupo F, junto com a França (que sempre é pedreira), Jamaica e Panamá. A estreia da seleção acontece no dia 24 de julho contra o Panamá, às 8h no estádio Hindmarsh. Dia 29 de julho a seleção entra em campo contra a França, às 7h no estádio Brisbane Stadium, e faz o seu último jogo contra a Jamaica no dia 02 de agosto, às 7h no estádio Melbourne Rectangular.

Descrição da imagem: seleção dos Estados Unidos de futebol feminino comemorando o título ao levantar a taça. A seleção é a atual campeã mundial.

Nessa edição, temos algumas favoritas para levar o título. Acredito que com uma leve vantagem sobre as americanas, estão a Inglaterra, que levou o título da Eurocopa feminina, e a Espanha que vem forte com a atual melhor do mundo (pela segunda vez), Alexia Putellas, jogadora do Barcelona e a artilheira da Liga dos Campeões. Os EUA vêm logo em seguida trazendo Alemanha, Canadá, França, Japão e Brasil.

A nossa rainha, Marta, provavelmente vem para a sua última Copa do Mundo, aos 37 anos. Ela teve uma grave lesão no joelho, o que fez com que ficasse afastada por quase onze meses. Detentora de seis títulos de melhor do mundo, Marta com certeza será um reforço importante para a seleção que tentará, com essas guerreiras, trazer o título inédito para o nosso país, nossa primeira estrela.

Saiba mais:

 

Chamada da Copa: https://www.youtube.com/watch?v=jAI13X2uxmo

Convocação: https://www.youtube.com/watch?v=adlcCkhH9Ho

Seleções favoritas: https://www.youtube.com/watch?v=pijsKyF2J0Y

Marta: https://www.youtube.com/watch?v=68II31nCh1Q

Transmissões: https://www.youtube.com/watch?v=guDa60G8iG0