KARINE LAVAL faz fotos psicodélicas com cores e luzes que fazem parecer um sonho e lembram a mágica dos filtros do Instagram, mas ela usa inteligentes truques analógicos para criar texturas e efeitos que os filtros digitais simplesmente não conseguem igualar.
A fotógrafa francesa começou a desenvolver a técnica nos anos 90, fazendo coisas como fotografar através do vidro ou capturar imagens nos reflexos para transformar qualquer cena mundana em algo transcendental. “Espero que minhas fotos ofereçam uma fuga da realidade do dia-a-dia”, diz ela.

Imagem da série Havana

Foto da série Havana

Laval começou sua série atual Heterotopia dois anos atrás enquanto visitava um amigo em Fire Island, New York. O jardim estava florido e Laval se sentiu compelida a fotografar. Parecia uma continuação natural de obras como Poolscapes, uma série anterior de fotos abstratas. “Flores são um assunto óbvio e são lindas e sedutoras, mas elas também oferecem padrões interessantes e podem facilmente passar a impressão de formas abstratas ou corpos de natureza diferente”, ela diz.

Imagem da série poolscapes

Foto da série poolscapes

A série a levou a jardins do mundo todo, incluindo o Central Garden no Getty Museum, um festival na Bavaria e no conservatório de sua avó no sudeste da França. Laval usou uma variedade de cameras – incluindo uma câmera digital amadora, uma Rolleiflex e até mesmo seu Blackberry – para criar uma gama de efeitos e texturas enquanto fotografava reflexos em espelhos, mantas metalizadas ou vidros curvos. Outros truques incluem iluminar plantas com luzes stroble e cortar as imagens de forma radical tornando o objeto fotografado irreconhecível. Laval exita em revelar todos os seus truques. “Prefiro manter algum mistério em torno do meu processo de fotografar para que os admiradores possam deixar sua imaginação fluir”.

Imagem da série Island

Foto da série Island

Laval ama a forma como suas imagens parecem ao mesmo tempo familiar e esranhas. Ela nomeou a série como Heterotopia por ser o termo que o filosofo Michel Foucault criou para descrever espaços que não existem completamente na realidade.

Imagem da série Pool

Foto da série Pool

Assim como o jardim de Foucault as imagens de Laval ficam em algum lugar entre a realidade e o sublime.

A exibição de Laval, Artificial by Nature começou em 19 de maio na Benrubi Gallery