Ditadura e Música

Muito se fala sobre o retorno do AI-5 hoje em dia. Porém, infelizmente, pouco sabemos, como sociedade, sobre a Ditadura militar (1964-1985) e o AI-5. Em linhas gerais ele pode ser compreendido como uma derivação do AI-2, que estabeleceu o fim das eleições e dos partidos políticos. Em resumo, o fim da democracia. Em 1968 foi implantado o AI-5, uma lista de medidas ainda mais duras, e que valeria por tempo indeterminado, dentro desse contexto de ditadura. Esse ato institucional permitiu caçar e prender políticos e cidadãos dissidentes dos ditadores, já que o habeas corpus havia sido suspendido. Na prática também significou a sistematizacão da tortura. O Congresso podia ser fechado a qualquer momento, e professores universitários foram aposentados compulsoriamente (sinônimo de banidos, exilados). Nessa realidade ditatorial, determinados artistas, como aqueles ligados aos movimentos contraculturais, como o Tropicalismo, eram vistos com muita desconfiança e taxados como figuras de baixa relevância social pelos militares. Entretanto, sabemos que tais artistas  foram considerados perigosos pelo fato de não terem poupado esforços em criticar não apenas os padrões estéticos daquele momento, mas também o autoritarismo que se instalara naqueles dias.