O quanto a nossa compreensão cosmológica se desenvolveu desde que Giordano Bruno, antes de ser queimado em uma fogueira, apresentou a ideia mundos esse innumerabilis?

Em 17 de fevereiro de 1600, Bruno foi executado por suas heresias, mas sua compreensão do cosmos permanece atual: Um universo acêntrico com inumeráveis ​​sóis, cercados por planetas, sendo até mesmo possível que alguns se assemelhem à nossa Terra, habitável [1].

Desde 1600 muito da nossa tecnologia se desenvolveu, e uma ideia que inicialmente poderia ser rejeitada pelo senso comum, hoje não é mais uma incógnita. Já confirmamos a detecção de 3735 exoplanetas, sendo que mais 4496 outras detecções aguardam ser confirmadas [2].

Mas a história da detecção de planetas desconhecidos começa bem antes. Há não muito tempo, quando o ser humano ainda dispunha apenas de seus olhos e de sua razão para sondar as estrelas, conhecíamos muito pouco do nosso próprio Sistema Solar. Observando o céu reconhecíamos apenas 7 astros além da Terra: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Sol e a Lua. Mas, em 1781, o astrônomo e compositor alemão William Herschel ampliou os nossos horizontes ao detectar Urano com seu telescópio [3]!

A descoberta de Urano causou um certo desconforto em todos. Mas, como se não fosse o suficiente, os cálculos de sua órbita não conseguiam ser resolvidos. Algo ainda não visto parecia estar atrapalhando o seu trajeto. E em 23 de setembro de 1846, no Observatório de Berlim, o inglês John Couch Adams e o francês Urbain Le Verrier conseguiram detectar mais um planeta orbitando o Sol [4]. Netuno, assim, passou a ser conhecido por todos.

Quanto a nossa compreensão atual de Planeta, nada mais foi identificado. Mas nem só de planetas vive o Sistema Solar, diz o sábio. Outros corpos celestes, reconhecidos como planetas anões, começaram a ser identificados! Para citar apenas os mais conhecidos, Ceres [5] foi descoberto em 1801 e Plutão [6] em 1930.

“Mas, e quanto aos planetas que não pertencem ao nosso Sistema Solar?”, você deve estar se perguntando. “A partir de quando eles começaram a ser identificados?”.

Em 1992, quando astrônomos estudavam um pulsar denominado Lich, foi identificado algo diferente no sinal que recebíamos desta estrela de nêutrons. Esse padrão estranho posteriormente nos apresentou o primeiro exoplaneta! E, o mais surpreendente dessa detecção, um exoplaneta orbitando um pulsar [7]!

Várias descobertas surgiram desde então. Em 1995, por exemplo, identificamos o primeiro exoplaneta (51 Pegasib) que orbita uma estrela parecida com o Sol [8].

No caminho que tem sido seguido, nessa busca por planetas parecidos com a Terra, muito tem se desenvolvido. Estamos em uma época de ouro para a descoberta de exoplanetas. Não há duvidas de que muito ainda nos espera.

Quem sabe você, leitor, não será um daqueles que auxiliarão na construção desse conhecimento?

Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.
Carl E. Sagan

Referências:

[1] Giordano Bruno – Scientific American;
[2] Dados obtidos no dia 22/06/18, 09:33 – NASA Exoplanet Archive;
[3] A descoberta de Urano – IAG USP;
[4] A descoberta de Netuno – IAG USP;
[5] Ceres, o planeta anão – CDCC USP;
[6] Plutão, o fantasmas bundão.. digo, o planeta anão – CDCC USP;
[7] O sistema planetário em torno do pulsar – Nature, e;
[8] A História da descoberta dos exoplanetas – ESO e SpaceToday.