(post sem spoilers)

Mesmo antes de ser anunciado uma continuação à grande surpresa (e grande sucesso) que foi Guardiões das Galáxias, o espectador já poderia imaginar o tema, ou pelo menos o encaminhamento, da continuação da história. Família. E, após ter visto a aguardada continuação, digo que ele atingiu bem o objetivo.

Não que o filme seja um primor de enredo – oras, no fim do dia continua sendo um “filme de herói”, continua fazendo parte do universo cinematográfico da Marvel e, bem, continua sendo sobre as aventuras de um meio-humano, uma filha de um supervilão, um brutamontes que interpreta o mundo literalmente, um guaxinim geneticamente modificado e um árvore-criança-de-uma-só-frase.

Uma turminha do barulho aprontando altas confusões

Ainda assim, e talvez justamente por isso, o primeiro filme e esta recente continuação abraçam o inóspito e o humor-fácil a fim de deixar o espectador, desde os créditos inciais, absolutamente desarmado em potenciais críticas sobre sua profundidade, sobre piadas rasteiras ou sobre qualquer outro tópicos. É entretenimento, daqueles que te fazem louvar existir o cinema pra transpôr o que outrora só poderíamos imaginar dos quadrinhos para duas horas de diversão pura.

Admito que quando iniciei o filme temi que ele fosse por demais parecido com seu antecessor. Durante a primeira meia hora do filme não vi tanta diferença e achei que ficaríamos na mesma, sem qualquer enganação. Engano meu. Mesmo de forma superficial, a trama se aprofunda nos personagens. Conhecemos mais sobre a história de quase todos os protagonistas e, por mais distintas que sejam, todas se conectam em um mesmo ponto: família.

Pois, além da diversão simples, o filme se concentra nas dinâmicas familiares, as de sangue e as de suas escolhas. E, no fim, gira em torno disso ao longo de seus arcos. Seja resolvendo problemas passados, seja conhecendo outros novos, seja apenas se ajustando no grupo. A família é, no fim, o ponto central e mais interessante da aventura.

“De Gaspar, Santa Catarina, aqui é Marcelo Guaxinim e…”

Aventura essa, claro, que não se resume só a isso. Nomes fortes do cinema brucutu dão as caras em momentos inesperados; a animação/CGI é simplesmente fantástica, como a cena inicial já deixa bastante evidente; a “Awesome Mix Vol. 2”, ainda que não tão épica quanto a primeira, também não decepciona; e as piadas, ponto central do primeiro filme, continuam com timing quase impecável.

Enfim, se você curtiu o primeiro filme, não perca tempo e compre já seu ingresso pra próxima sessão! Se você não viu o primeiro filme, vá ver imediatamente e depois continue sua jornada com esses Guardiões. E se você não curte esse tipo de filme, bem, tome um bebê-Groot-dançarino para amolecer este coraçãozinho. ;-)