Capítulo 1

Um grande continente, recheado de reinos de elfos e humanos, há séculos disputa o controle sobre as terras por recursos ou simples ganância. Uma terra onde anões são senhores das montanhas cheias de riqueza, onde os territórios selvagens e perigosos são cheios de orcs, goblins, trolls e outras raças hostis.

No sul desse lugar, a oeste das três montanhas negras, havia o reino de Dreen.

Mais ao sul desse reino, havia a montanha cinzenta sob domínio dos anões, perto uma pequena cidade que prosperava pelos negócios entre os dois povos. Eram trezentos anos de paz, os negócios se tornaram mais importantes do que as disputadas de poder entre os grandes senhores. Na pequena cidade de Nerl, homens e anões viviam em paz, muitos enriqueceram com o comércio de joias, metais preciosos e venda de armas, pois as melhores daquela região eram vendidas ali. A cidade era protegida pela montanha a noroeste e tinha a floresta verde ao redor, uma das mais belas e perigosas daquele continente; isso matinha lenhadores a distância, tornando a floresta quase intocável.

Dois jovens montaram uma companhia para conseguir glória e riqueza, talvez escreveriam seus nomes na história daquele reino. Um jovem mago vermelho renegado mal humorado Daniel, expulso da torre de magia de Kar’l, retornou a cidade natal procurando fazer fortuna. Durante quase uma década foi tutelado pelo conselho dos magos. Contrariando seus antigos mestres, o jovem continuava seus estudos, copiou alguns ensinamentos e secretamente continua seu treinamento nas artes místicas. Não usava mais o vermelho característico dos magos da torre onde viveu, suas roupas eram comuns, levava uma adaga estranha com runas que emitiam luz própria. Ninguém na cidade tinha visto ser usada desde sua volta, poucos conseguiam colocar os olhos nela, os ladrões nem se atreviam a chegar próximo do mago.

Já o jovem Alerin era um anão de aparência simpática (raro para sua raça) e fala rebuscada, sétimo filho de uma família nobre que conquistou seu espaço naquela cidade vendendo armas de conhecida qualidade. Sua família tinha moradias na montanha e na cidade, era uma das mais ricas da região. Alerin não teve espaço nos negócios da família, suas opções eram virar um anão filosofo registrando a história de seu povo na montanha cinzenta ou tornar-se sacerdote de Grurin, o Deus anão da guerra, chuva, colheita, fúria, terror, ferro, aço, armas de guerra, destruição e honra. O jovem anão decidiu tomar suas próprias decisões, não seguindo o destino planejado por sua família para juntar-se a Daniel, formando uma companhia para enriquecer e conquistar o respeito dentro de sua família. Estranhamente, não encontrou resistência na família: seu pai ficou surpreso e orgulhoso pela atitude do filho, que não estava interessado na vida planejada para ele. Garantiu que seu lugar e seus direitos estavam seguros caso não se envergonhasse ou sujasse o nome da família. Alerin usava uma malha de aço de alta qualidade, um presente de seu pai e um grande martelo de combate. Seu elmo deixava exposto sua barba, ainda pequena para o padrão dos anões, e boa parte do rosto. Sua postura orgulhosa vinha naturalmente de sua raça e da posição social de sua família. Apesar do destino planejado para ele, Alerin era bem treinado em combate. Alguns dos seus irmãos escolheram ser mineradores e ferreiros, mas não chegava ao nível de seus irmãos mais velhos, soldados orgulhosos da montanha que tinham partidos alguns crânios de goblins, orcs e outros ladrões.

Naquela manhã, Daniel estava contente, recebeu seu primeiro contrato do chefe da guarda para localizar e exterminar um grupo de goblins que saquearam uma caravana de comerciantes. Estes chegariam pela estrada sul no dia anterior, mas foram emboscados quando passavam pela floresta verde. Poucos escaparam do ataque; era incomum goblins ladrões não ficarem satisfeitos apenas com a carga, os comerciantes foram atacados com sede sangue. Recebera quase metade do pagamento para realizar a tarefa, pois aquele acontecimento não poderia ser tolerado pelo prefeito da cidade, seria ruim para imagem dele. O jovem mago já tinha matado alguns goblins e orcs que insistiam em atacar a torre de Kar’l. Alerin estava ansioso, pois tinha apenas caçado com seus irmãos algumas vezes, uma vez durante certa viagem de negócios (claro, ou seria possível imaginar anões viajando a passeio?) a uma cidade próxima. Foi responsável por executar um velho orc cego e maneta que fora emboscado por um grupo de lobos que desciam da montanha sombria para saciar a fome, mas o destino sorriu para ele, pois assim encontrou um objeto interessante, um anel mágico rubro. Demorou alguns dias, mas descobriu o que acontecia quando usava aquele artefato; manteve o segredo das propriedades magicas para si. O adiantamento foi suficiente para contratar dois mercenários na taverna da cidade e comprar algumas provisões, caso a tarefa demorasse mais que o esperado. Estas criaturas atormentavam a vida dos viajantes e dos fazendeiros da região há alguns meses e sempre escapavam, os cidadãos já reclamavam da situação para prefeito que prometia em breve resolver aquele problema.

O prefeito da cidade pessoalmente exigiu que o chefe da guarda contratasse aqueles mercenários pouco experientes. Talvez com alguma sorte, poderia não ver mais aquele grupo ou o anão poderia ser morto pelo menos. Imaginava-se entrando secretamente no cemitério durante a noite para sapatear em cima do tumulo, assim saciaria sua sede de vingança pelo pai de Alerin, que um dia o humilhou. O prefeito jurou vingança a qualquer membro daquela família e ficaria satisfeito se conseguisse indiretamente causar morte do mais novo.