Quem acompanha meus tweets acalorados sobre NieR:Automata sabe que eu o considero o melhor jogo de 2017, apesar do Switch e seus  lançamentos exclusivos. Esse jogo me marcou demais, comecei a jogar sem expectativas e que obra prima! Quem não conhece ainda, vem comigo!

Um jogo inacreditavelmente lindo

Produzido pela Platinum Games (mais conhecido por Bayonetta), publicado pela Square Enix (do meu amado Kingdom Hearts e Final Fantasy) e vindo da mente doida de Yoko Taro, um cara que geralmente aparece com máscara em aparições públicas e fotos, NieR:Automata é um achado. Foi uma experiência única, emocionante e imersiva, de um jogo tipicamente japonês, doido, cheio de jogabilidades malucas, mas apaixonante.

Yoko tem uma tendência de criar jogos com enredos bem incomuns, explorando aspectos sombrios do ser humano e tem uma habilidade excepcional em nos ligar emocionalmente à história e aos personagens. Ok, já falei demais, vamos ao que interessa:

Enredo (sem spoilers, relaxa) 

A história se passa numa Terra pós apocalíptica, muito depois do jogo original, NieR (que aliás não joguei e, aparentemente, não é requisito para a experiência e entendimento do Automata).

Após a tomada da Terra por máquinas de outro planeta, os humanos fogem pra Lua, onde se reorganizam pra tentar a reconquista. Eles desenvolvem Androids de Combate (Os YorHa) capazes de enfrentar as máquinas. Os Androids são criados com personalidades distintas, mas desprovidos de emoção e bem estilosos (afinal de contas, Japão, né, meu povo?).

Esses Androids são enviados para retomar a Terra, lutar contra as máquinas e auxiliar a resistência humana, que foi se instalando aos poucos durante o passar dos anos. No momento que você começa a jogar, já existem várias bases humanas instaladas que servem pra compra de equipamentos, upgrades e afins.

A protagonista de Nier:Automata é a YorHa feminina 2B, cuja personalidade é calma e analítica, focada em combate corpo a corpo. Acompanhada de 9S, um Android de reconhecimento e um modelo mais falante, com mais carisma que a maioria, eles seguem em um mundo aberto e cheio de lugares e side quests divertidas.  Cada missão é uma peça a mais pra montar a trama, que vai se tornando mais e mais envolvente à medida que se joga. Discussões sobre o ser, as guerras, a sobrevivência, a humanidade e a vida são sempre inseridas na trama, em diálogos importantes, ações e até conteúdos extras, como diários e memorandos encontrados durante o jogo.

Os cenários são de tirar o fôlego de lindos, deprimentes e com a sensibilidade oriental: colocam propositadamente um balanço enferrujado no meio de prédios destruídos, fazendo você imaginar a história do lugar, quem viveu ali e os horrores que passaram durante a invasão e a guerra. Os cenários praticamente contam histórias, preenchem as lacunas vazias pela falta de humanos e levam a reflexões muito boas.

Jogabilidade

Ah, mas eu não quero ficar olhando um balanço e imaginando a história, Jujuba, que chato! Quero muito tiro, porrada e bomba nessas máquinas pilantras! Ok, tem isso também. E, aliás, se prepara, pois a jogabilidade é uma loucura à parte XD

Com a 2B, que é uma personagem de combate, você vai sair na porrada, ganhar habilidades, saltar de prédios em cima de máquinas gigantes, quebrar pernas de bichos enormes, derrubá-los no chão, acabar com a raça dele, além de explodir coisas de formas épicas. Isso tudo com a ajuda de um Pod, que fica voando ao seu lado, com habilidades que você também pode escolher (atirar, eletrocutar, etcetcetc). Você pode optar por controlá-lo ou não (pode ligar o modo automático dele, mas aí esqueça o stealth).

Com o 9S, é outro jogo, o YorHa de reconhecimento e ráquer, literalmente entra dentro do sistema das máquinas, em minigames malucos pra acabar com o firewall deles e auxiliar 2B a derrotá-los mais facilmente.

Fora isso, claro, como não poderia faltar… Robôs gigantes! Eles têm robôs auxiliares quando a briga fica muito feia ou a máquina é grande demais. A visão quando se está num robô é de cima, parece aqueles arcades antigos, com inimigos vindo de todos os lados enquanto você atira e desvia de balas, lasers e afins (shoot em up).

É bem divertido, e me surpreendi como eles conseguem variar tanto a jogabilidade, passando por um RPG de exploração, Shooter em naves gigantes montado em um Mecha, voos dentro de estruturas metálicas destruídas, hackeando máquinas e travas para prosseguir o jogo. Surpreendente (pelo menos pra mim foi, nunca havia jogado nada semelhante).

Trilha

O que falar dessa trilha? Estou ouvindo enquanto escrevo esse texto e, caramba,… arrepia! Parabéns aos compositores Keiichi Okabe, Keigo Hoashi, Kuniyuki Takahashi e Shotaro Seo. A trilha foi inspirada em música clássica, colocando elementos de melancolia, variando de acordo com cada trecho deste mundo aberto, se encaixando perfeitamente, indo de momentos super pacíficos a momentos em que uma parada circense te deixa extremamente desconfortável e angustiado.

Vale muito a pena! E ponto pras vocais femininas J’Nique Nicole, Nami Nakagawa e Evans, que criam um coral que permeia os ambientes e não sai da cabeça. Fora que a maioria das músicas tem uma língua própria, baseada no gaélico antigo, que o autor imagina que será a língua falada, no futuro em que o jogo se passa.

Resumindo

Se você curte jogos com boas histórias, daquelas que você vai desligar o console e ficar refletindo horas, jogue. Se você gosta de jogos de ação, malucos, cheios de coisas pra fazer, tiros, porradas e afins, jogue. Se gosta de mundo aberto, cheio de coisas pra explorar e esquecer da quest principal, jogue. Se quiser só seguir a quest principal e fazer os finais (sim, no plural, se prepare), jogue.

E como eu sempre digo: independentemente da forma que gosta de jogar, se divirta! Eu jogo no Easy, pois não tenho muito tempo livre, e pra mim a narrativa é sempre o forte. O importante é aproveitar os momentos dedicados e sentir que valeram a pena :D

Caso queira ver o trailer (mas aí tem SPOILERS, já avisando!):