Tiros, lutas coreografadas, espionagem, homem versus CIA, cenas de ação angustiantes, cenas filmadas com câmera na mão, perseguições frenéticas, discussões políticas. Junte tudo isso, coloque Matt Damon no meio e temos um filme de Jason Bourne. Após quase dez anos fora do papel, Matt volta para mais uma continuação. Não só ele, como também, o diretor Paul Greengrass, que havia dirigido Supremacia Bourne e Ultimato Bourne, está de volta.

Começamos o filme com um Bourne angustiado com todas as suas memórias. Por causa disso ele vive escondido, não agindo nenhuma vez contra a CIA durante esses anos. Nicky Parsons é quem aparece para tirar o protagonista dessa crise de solidão, ela chega com novos documentos que mostram que ainda há muita coisa de que Jason não sabe. Enquanto isso, a CIA quer usar uma empresa do Vale do Silício, a Deep Dream, para ter acesso aos dados de todos os usuários.

Obviamente, a ideia é modernizar as discussões políticas da franquia, trazendo para algo mais atual que é a questão da privacidade online. Afinal, várias empresas de tecnologia possuem uma grande quantidade de dados sobre nós. Até onde é moral ou não que o governo tenha acesso a esses dados? Infelizmente, o longa cai no clichê americano de liberdade e patriotismo. Em vez de acrescentar a essa discussão, ele apenas nos mostra todos os argumentos que já vimos antes. Todo o arco envolvendo Aaron Kalloor, o CEO da Deep Dream, e suas dúvidas da moralidade de entregar o acesso a CIA é muito mal explorado.

Mas, do lado da ação, o filme entrega o que promete, tem todos os elementos que vimos nos anteriores: as coreografias, cenas de tensão, a câmera que não consegue ficar parada, está tudo lá. Mas sem ficar chato ou repetitivo, consegue te manter bem empolgado no cinema.

Aliado a isso temos excelentes atuações, Matt Damon dispensa comentários, ele está tão bem quanto estava nos anteriores. Tommy Lee Jones vive Dewey, o atual diretor da CIA, o personagem é um pouco mal construído, mas o ator consegue compensar isso, dando bastante peso a ele.

Alicia Vikander interpreta Heather, uma pupila de Dewey, ela é um dos destaques do filme. Durante toda a projeção ela consegue te convencer que suas intenções são x, mas no final nos faz duvidar de quais eram suas verdadeiras intenções. Deixando a entender que ela estava apenas realizando um jogo político.

Finalizando, Jason Bourne é um bom filme de ação, sendo bastante divertido. Mas falha no que é um dos pontos mais importante da franquia que é a discussão politica. Sendo assim, apesar dele ser bom ainda é inferior aos três primeiros, mas é melhor que o quarto filme, O Legado Bourne.

PS: pelo visto não tiveram criatividade para dar um nome legal ao filme, deixando apenas Jason Bourne, mas isso se deve ao fato de que esse é o primeiro filme sobre Bourne que não é uma adaptação direta dos livros escritos por Robert Ludlum – ou de Eric Van Lustbader no caso do Legado Bourne.

Nota: sete passaportes e meio de dez.

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