Acaba logo 2016, você certamente já ouviu esse clamor esse ano, certo?

Seja na área que for, política, econômica, desastres como o da Chape, mortes na música, o ano não está fácil.

E na ciência, particularmente na astronomia/astronáutica, também não.

Há duas semanas morreu o John Glenn, um dos heróis da exploração espacial, e no dia 25 morreu uma figura icônica, principalmente para quem estuda, lê ou se interessa pela famosa matéria escura.

A astrônoma Vera Rubin nos deixou com 88 anos.

A história dela é fantástica. Ela contou que quando criança sua cama fica de frente para uma janela, e dali ela começou a observar as estrelas.

Disse que quando tinha chuva de meteoros, no dia seguinte ela conseguia se lembrar de tudo e desenhava a trajetória dos meteoros.

Ela descobriu que queria ser astrônoma no colegial, mas ela nunca tinha encontrado com um astrônomo. Ela só conhecia Maria Mitchell de um livro, sabia que ela havia estudado em Vassar, e resolveu seguir os passos dela.

Foi para Vassar, se casou com um cientista e entrou no programa de graduação junto com seu marido.

Na verdade ela tinha aceita em Harvard, numa carta do diretor do observatório em algum lugar estava escrito, Maldito seja, mulheres.

Ela respondeu a carta, dizendo que estava se casando e iria para Cornell. O diretor tentou se retratar, escrevendo que Maldita mulheres, sempre que consigo uma boa ela se casa.

Em Cornell não havia astronomia, então ela foi estudar física, e teve como membro de sua banca ninguém menos que Richard Feymann. Ela apresentou sua tese também na sociedade astronômica americana, mas seus conceitos eram muito a frente de seu tempo e isso criou um ceticismo muito grande.

Seu artigo foi rejeitado pelas revistas especializadas, mas ela continuou sua luta.

Foi no doutorado que ela resolveu estudar a matéria escura, um conceito originalmente proposto em 1933.

para fazer as medições que ela precisava, ela tinha que usar o maior telescópio da época, o de Monte Palomar.

O problema, até então as mulheres não podiam chegar nem perto do prédio do observatório, quanto mais entrar e usar o instrumento. Mas ela conseguiu.

Observando as galáxias espirais ela notou que o material nas bordas da galáxia giram com a mesma taxa que o material no centro delas.

Essa observação ia contra as leis da física que dizem que o material no centro, devido a maior concentração de poeira, estrelas e gás, deveria se mover mais rapidamente do que o material da borda, onde se tem menos matéria.

A explicação para o movimento ser o mesmo, é um halo de matéria escura existente ao redor das galáxias, que espalham a massa e por isso a taxa é a mesma.

Durante sua pesquisa ela estudou mais de 200 galáxias.

Ela publicou 144 artigos científicos, tem um asteroide batizado em seu nome, tem 4 filhos, entre eles 2 doutores em gelologia, uma doutora em matemática e uma doutora em raios cósmicos.

Recebeu todas as honrarias na sua área, se tornou a segunda mulher a ganhar a medalha de ouro da sociedade astronômica real caroline, em 1996, sendo que a primeira foi Caroline Herschel em 1828.

E nos deixou aos 88 anos.

Lutou muito pela presença das mulheres na ciência e deixou um grande legado como ela mesmo disse:

“Fama é passageira, meus números significam muito mais para mim do que meu nome. Se os astrônomo estiverem usando meus dados no futuro, essa será minha maior realização”.

Fontes:

Pioneering Astronomer Vera Rubin on Women in Science, Dark Matter, and Our Never-Ending Quest to Know the Universe

https://www.engadget.com/2016/12/26/dark-matter-scientist-vera-rubin-dies/

https://www.theguardian.com/science/2016/dec/26/vera-rubin-pioneering-astronomer-dark-matter-died-aged-88

http://www.mirror.co.uk/science/vera-rubin-dead-astronomer-who-9520881

https://en.wikipedia.org/wiki/Vera_Rubin

http://meiobit.com/357698/dra-vera-rubin-faleceu-a-rainha-das-galaxias-materia-escura/

Artigo:

file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Galaxy%20dynamics%20and%20the%20mass%20density%20of%20the%20universe%20-%20Vera%20Rubin.pdf