Quando você pensa nas nuvens moleculares de Orion, você deve pensar que já se sabe tudo sobre elas, são tantas imagens, tantas coisas, não é mesmo?

Mas isso não é verdade, e a grande dificuldade de se estudar a nuvem molecular de Orion está no fato dela ser uma espessa nuvem de poeira e gás e que guarda no seu interior grandes segredos, principalmente os relacionados com a formação de estrelas.

Dentro do complexo de nuvens de Orion, uma dessas nuvens se destaca e é conhecida como Nuvem Molecular de Orion A, ela está localizada a 1350 anos-luz de distância da Terra e é considerada a fábrica de estrelas massivas, mais próxima da Terra.

Para tentar estudar de forma mais detalhada essa nuvem molecular, os astrônomos usaram o telescópio VISTA, do ESO.

Esse telescópio é ideal para esse tipo de estudo, pois ele tem um grande campo de visão, uma grande sensibilidade, produzindo imagens de excelente resolução e principalmente detectores infravermelhos muito sensíveis. Isso faz com que ele consiga gerar imagens profundas e de alta qualidade.

Ao ser apontado para a Nuvem Molecular Orion A, o VISTA catalogou cerca de 800 mil estrelas, objetos estelares jovens e galáxias distantes e com isso fez a imagem mais profunda e mais detalhada dessa região até o momento.

Observando na radiação infravermelha, toda a poeira que encobre as estrelas se torna invisível para o VISTA e com isso ele pode identificar objetos que ainda se encontram na maternidade estelar.

Essa nova imagem é um avanço espetacular, no que diz respeito ao estudo sobre os processos de formação estelar em Orion A. Discos de material que poderão dar origem a novas estrelas, nebulosidades relacionadas a estrelas recém-nascidas, aglomerados de estrelas e até mesmo distantes aglomerados de galáxias, muito além da Via Láctea fazem parte dessa nova imagem obtida de Orion A.

Falou em Orion, muitos já lembram da NEbulosa de Orion, a M42, será que ela está aí? Sim, está, ela aparece no lado esquerdo da imagem, a imagem é tão profunda e com tantos detalhes que essa nebulosa passa as vezes imperceptível para olhos menos treinados.

Como eu sempre digo, o avanço da tecnologia na astronomia, é fundamental para que possamos entender cada vez mais o universo que nos cerca. Nesse caso, a alta tecnologia acoplada a um dos maiores telescópios do mundo faz com que os astrônomos possam entender cada vez mais sobre os processos de formação de estrelas.

Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1701/?lang

Artigo:

http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1701/eso1701a.pdf