Depois de 4 meses de investigação exaustiva saiu o veredito sobre o acidente ocorrido no dia 1 de Setembro de 2016 com o foguete Falcon 9 da SpaceX ainda na torre de lançamento.

Primeiro, esqueçam todas as teorias conspiracionistas, ou seja, OVNIs, sabotagem, foguete de brinquedo, snipper, todas essas besteiras que você já ouviu por aí, esqueça tudo isso.

O que aconteceu então?

A resposta fácil e direta é: o tanque de hélio no segundo estágio do Falcon 9 sofreu uma ruptura fazendo com que todo o tanque explodisse.

Mas a resposta completa é um pouco mais complicada.

A investigação focou em 3000 canais de vídeo e de dados de telemetria que cobriram um breve momento, 93 milissegundos, desde o primeiro sinal de anomalia até a perda completa do segundo estágio e a consequente perda do foguete.

Como o acidente aconteceu em solo, com o foguete ainda na torre foi possível rever os dados dos umbilicais.

Para entendermos o que aconteceu é preciso saber um pouco sobre a estrutura do Falcon 9. Cada estágio do Falcon 9 possui um tanque pressurizado de material composto, chamado de COPV.

Esses tanques pressurizados são usados para estocar o hélio frio que é usado para manter a pressão do tanque. Cada um desses COPVs consiste de um forro interno de alumínio com uma cobertura de carbono.

Os tanques recuperados durante a investigação apresentaram deformações, o problema dessas deformações é que o oxigênio líquido super frio pode acabar ficando armazenado nessas deformações ou saliências, quando pressurizado, o oxigênio preso nessas saliências pode entrar em ignição explodindo o COPV.

Além disso concluiu-se que a temperatura do hélio estava fria o suficiente para criar oxigênio sólido, o que aumenta a possibilidade dele ficar preso e entrar em ignição.

Todas as causas determinadas para o acidente, envolvem a acumulação de oxigênio líquido ou sólido super frio nas saliências e deformações observadas.

A SpaceX já trabalha na solução do problema mudando a configuração dos COPVs e permitindo assim que o hélio numa temperatura mais quente possa ser carregado, para longo prazo a SpaceX prevê mudar o COPV para evitar as deformações e saliências permitindo assim uma operação de abastecimento mais rápida.

O próximo lançamento da SpaceX está marcado para o dia 8 de Janeiro de 2017 quando colocará em órbita o Iridium NEXT. Esse lançamento acontecerá do Complexo de Lançamento Espacial 4E na base de Vandenberg.

Fonte:

http://www.spacex.com/news/2016/09/01/anomaly-updates