Gravidez indesejada sempre foi um problema social enorme, cheio de tabus e com opiniões controversas por todos os lados. Tenho 34 anos, branco, ateu, não tenho filhos, possuo ensino superior completo e sou a favor do aborto, agora que você sabe um pouco sobre o meu perfil e não precisa ficar especulando, vou falar o porquê sou a favor do aborto e você caro leitor, tire as suas próprias conclusões.

Acredito que assim como a liberdade de expressão aonde posso não concordar com o que você diz, mas luto pelo seu direito de dizer, eu sou a favor da interrupção de uma gravidez indesejada, seja por motivo de estupro, artigo este que está amparado na lei brasileira ou por qualquer outro motivo, a mulher tem o direito de escolha: se vai ou não carregar em seu ventre um embrião, o estado deve prover de forma segura a interrupção da gravidez ao invés de fechar os olhos para o que acontece aqui fora no mundo real.

Mulheres como a auxiliar administrativa Jandira Magdalena do Santos, 27 anos que infelizmente não foi a primeira nem será a ultima mulher a procurar uma de muitas clinicas clandestinas de aborto e morrer após realizar um procedimento clandestino.

Para evitar casos como este, existem ONG’s como a Womenonwaves que levam as grávidas que querem interromper a gravidez para alto mar e em águas internacionais, executam o procedimento com total acompanhamento médico, alias como deve ser feito.

Aborto debatido em sociedade.

Aborto debatido em sociedade.

Em países desenvolvidos como os EUA ao contrario do Brasil, o aborto é legal desde 1973, mas mesmo lá existem regras (por exemplo, consentimento dos pais, aconselhamento para que a mulher mude de ideia, tempo de espera, obrigatoriedade de realização de exame ultrassons, etc), e se as exigências legais não forem cumpridas não se pode interromper a gravidez de forma legal.

Um estudo realizado por pesquisadores da área de saúde da Califórnia, denominado turnway, aonde 956 mulheres que procuraram umas das 30 clinicas de aborto em todo EUA foram entrevistadas, as entrevistas foram realizadas uma semana após a solicitação, repetidas após um ano e dois anos e serão realizadas novamente cinco anos após o pedido

O estudo descobriu que são diversas a razões pelas quais mulheres procuram este tipo de clinica, o mais comum e o sentimento de despreparo financeiro, e que 86% das turnway que optaram em manter os seus filhos, 67% acabaram abaixo da linha pobreza contra 56% que abortaram.

O efeito mais perverso que foi mensurado pela primeira vez aponta nas turnway para uma perda de esperança, pois segundo os pesquisadores “…uma pessoa que tem planos e aspirações são indicativas de sua esperança para o futuro. Sem esses planos ou esperanças, ela perde a oportunidades para alcançar metas na vida”.

Espero que pesquisa como esta sensibilizem os legisladores para adequar leis arcaicas e machistas e salvem outras mulheres do mesmo destino da Jandira Magdalena.

Fonte: ArsTechnica