Nos últimos anos muito se falou da qualidade de produção de séries como Game of Thrones e Westworld, que não ficam muito atrás das mega-produções da indústria do cinema. Se existe uma “cinemificação” das séries, com a criação do universo cinematográfico da Marvel (MCU), vemos um movimento de “serieficação” do cinema. Cada filme funciona como um episódio de uma grande série que já dura dez anos e Vingadores: Guerra Infinita pode ser considerada a sua season finale.Isso pode ser visto como um grande triunfo para os fãs que anseiam por mais e mais filmes, mas para o espectador comum que não necessariamente assistiu a todos os capítulos anteriores, pode gerar alguma confusão sobre eventos ou referências que ocorreram nos outros longas. O filme começa e se mantém em ritmo frenético o tempo todo, com ótimas cenas de luta e ação como já vimos anteriormente nas produções dos irmãos Russo, que aliás, harmonizam muito bem todos os aspectos de direção. Claro que aos moldes da chamada “fórmula Marvel”. Trilha sonora tensa para momentos tensos e frenética durante a ação, piadinhas em momentos inapropriados  e cortes de cena esquizofrênicos entre as missões paralelas que os personagens se dividem: nisso, essa “serieficação” é uma vantagem, já que todos os personagens foram apresentados e desenvolvidos nos filmes anteriores, com exceção do vilão e seus capangas.

Outro ponto de critica dos longas do MCU é a superficialidade de seus vilões. Em Guerra Infinita isso pode ser verdade para os quatro capangas que servem o vilão principal, o que pode ser considerado um desperdício, uma vez que pelo menos um deles mostra muito potencial de desenvolvimento. Já Thanos, como não poderia ser diferente, tem uma atenção especial dos diretores, entendemos suas motivações, seus sentimentos e ações, com alguns momentos contemplativos dignos de um filme de Terrence Malick.

Já os efeitos especiais são exuberantes, entre cenários e personagens, apostaria que mais de 90% do filme é feito em CGI (Computer-generated imagery), mas o trabalho é tão bem feito que fica difícil notar a diferença entre o real e o digital a olho nu, não à toa, a tela preta dos créditos fica quase inteira branca de tantos nomes que aparecem no campo do time de visual effects.

Por falar em créditos, existe apenas uma cena pós-créditos.

Os eventos que ocorrem durante o filme são dignos de uma guerra, totalmente devastadores, o que indica grandes mudanças para o futuro do MCU, a menos, é claro, se em um próximo filme tudo o que ocorreu nesse for desfeito (o que cá entre nós, sempre acaba acontecendo… ).

Em última análise, o hype gerado em torno de todos os filmes do MCU e principalmente desse é justificado com cenas épicas, sequências de ação inesquecíveis e muito fan service.

É um marco na história do cinema blockbuster, assim como foi um dia Tubarão(1975), Star Wars(1977) e Avatar(2009) e esse filme é um digno encerramento dessa parte da história.