Caro leitor,
Você teria um minuto para a palavra de Arthur C. Clarke? Se você é um fã de sci-fi, certamente teria.

Arthur C. Clarke, renomado escritor do clássico “2001, Uma Odisseia no Espaço” de 1968, entre outras obras, é famoso também por suas citações e pensamentos acerca de possível vida extraterrena:

“Existem apenas duas possibilidades: a de que estamos sozinhos no universo, ou a de que não estamos, e ambas, são igualmente assustadoras”.

E é a partir desta premissa que o filme “A Chegada” entrega uma experiência daquelas que “você-tem-que-ver” se você é um genuíno fã de sci-fi. Além disso, independente do gênero do filme, há a absolutamente impecável performance de Amy Adams, como a Dr. Louise Banks – renomadas professora universitária de linguística comparada ao melhor estilo Noam Chomsky -, que traz fascínio e medo do desconhecido e do elemento extraterrestre para níveis aos quais todos em sua profundidade emocional conseguirão se identificar.

E além de sci-fi, espere por um drama dolorido nesta adaptação para o cinema da obra “Story of Your Life” escrito por Ted Chiang. O filme apresenta um tom “Shyamalanesco”, inteligente no qual os roteiristas e diretor encaram a dura tarefa de retratar um final condizente com esta que seria a primeira experiência da humanidade com alienígenas; seria um confronto final ou uma despedida? Uma troca de experiências ou o pavor diante do desconhecido? E quanto a tragédia secreta que permeia a vida de Louise Banks? Qual seria uma possível relação de seus estudos, suas vivências com este encontro vindo do espaço?

Esses e outros caminhões de questionamentos irão povoar o mental da audiência durante e por mais alguns dias após assistirem a este filme. Além de Amy Adams, este filme traz o excelente Forest Whitaker como Coronel Weber e nosso querido Gavião Arqueiro – Jeremy Renner – interpretando um doutor em física que trabalha para o setor militar americano. Estes e outras personagens são levados a trabalhar juntos para o governo dos EUA assim que uma série de naves pousam em diferentes regiões da Terra.
E como já seria de se esperar, os seres humanos e sua capacidade para histeria coletiva e pânico generalizado e amplificado pela mídia tem em seus governantes, das várias potências mundiais, uma tácita falta de consenso de como lidar com o que consideram uma ameaça e ao invés de colaboração, os ventos de uma guerra global começam a balançar as já frágeis estruturas das relações internacionais.

A chegada é, portanto, uma grandiosa experiência sensorial. Um filme arriscado, com seus momentos questionáveis do ponto de vista político social, os “americanismos” estão presentes porém traz a ciência da linguagem e da física como protagonistas juntamente a psique humana.

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