O leito rochoso sob a Antártica está se elevando cerca de incríveis 41 centímetros por ano. O derretimento do gelo pode ser a causa.

Isso porque, conforme o gelo vai derretendo, o peso sustentado pelo chão é aliviado. Então, quando enormes porções de gelo desaparecem, o leito rochoso é empurrado para cima pelo fluxo do manto viscoso abaixo da superfície.

Essas descobertas são boas e más notícias para nós.

A boa noticia é que a elevação do solo pode tornar as camadas de gelo mais estáveis. Graças às mudanças climáticas causadas pelo homem, estima-se que, desde 1992, três trilhões de toneladas de gelo tenham desaparecido do continente, causando um aumento de cerca de oito milímetros do nível do mar. E foi previsto recentemente que o manto de gelo da Antártida Ocidental (MGAO) pode entrar em colapso nos próximos cem anos, levando a um aumento do nível do mar em quase três metros.

O leito rochoso Antártico é difícil de ser estudado, pois está protegido por grossas camadas de gelo, gelo suficiente para elevar o nível do mar em cerca de 61 metros. Para tal estudo, os pesquisadores instalaram seis estações de GPS em locais onde o leito rochoso foi exposto. Eles esperavam ver alguma evidência de elevação lenta ao longo do tempo, mas o que eles viram foi cerca de quatro vezes mais rápido do que o esperado.

Mas os pesquisadores sugerem que o leito rochoso deformado sob a Antártica, sustentado por um manto fluido, poderia fornecer uma fonte inesperada de apoio para o MGAO. A elevação do leito pode estabilizar o manto o suficiente para impedir um colapso completo.

Mas a má noticia é que as medições de satélite podem ter sido distorcidas pela elevação do manto. Ou seja, o gelo pode estar derretendo mais rápido do que pensávamos, cerca de 10%, segundo o estudo.

Estimativas de perda de gelo dependem de medições por satélite da aceleração gravitacional em áreas localizadas, que podem ser ser afetadas por mudanças significativas na massa. Se o leito de rocha estiver se ajustando em resposta a perda de gelo, sua elevação será registrada em medições de gravidade como se fosse parte do gelo.

Pelo menos, como estamos cientes agora dessa discrepância, ela poderá ser resolvida em modelos futuros de perda de gelo.

Fonte

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